São Paulo, sábado, 11 de maio de 1996 |
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Delegada diz estar certa de que a segurança falhou
ROGERIO SCHLEGEL
Ela se baseia no fato de os presos terem lâmpadas, ventiladores e fiação elétrica puxada do pavilhão 7 para dentro do túnel por onde escaparam. "É preciso esclarecer como eles conseguiram tudo isso, mas é praticamente impossível pensar que foi sem ajuda ou conivência de funcionários", disse a delegada. Ela acha "estranho" o fato de o túnel ter sido cavado por pelo menos 30 dias sem que ninguém na Detenção tivesse se dado conta. Enilda disse que a falha do pessoal externo ocorreu na muralha da penitenciária. "Vamos apurar como é que ninguém viu o movimento na casa onde saíram, embora seja possível que isso tenha ocorrido sem dolo (intenção)." A Secretaria da Administração Penitenciária informou ontem que uma comissão de sindicância formada por técnicos ligados ao gabinete do secretário está apurando eventual envolvimento de funcionários da Detenção. O secretário João Benedicto de Azevedo Marques pediu ao Ministério Público que um promotor acompanhe as investigações. Ajuda de quadrilha Antes de morrer, Francisco Santana havia contado à delegada que "irmãos de fora" haviam ajudado na fuga dos presos. Segundo sua versão, seria uma quadrilha de assaltantes de banco, sem nenhum traficante envolvido. "Ele falou que a fuga 'custou uma grana alta', mas não especificou a quantia precisa", reportou a delegada. A polícia ainda não sabe com certeza se o túnel de cem metros foi feito de dentro da prisão para fora ou o inverso. A delegada diz ter "a impressão" de que foi cavado a partir da Casa de Detenção. Ela informou que os tijolos e pedras encontrados na ponta do túnel que dava para a casa da rua Antônio dos Santos estavam limpos -o que, em sua interpretação, é um indício forte de que o piso foi quebrado de baixo para cima. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, ontem foi pedida nova perícia nas dependências da Detenção, no túnel e na casa. A primeira perícia foi feita anteontem, mas seus resultados não foram divulgados. "Por enquanto, não dá para saber qual o sentido em que foi cavado o túnel", disse ontem Daniel Pereira da Cruz, assessor do secretário. Nenhum recapturado Ontem não houve nenhuma nova recaptura. Segundo a delegada Enilda Xavier, a intenção da polícia é obter informações de seu paradeiro por meio dos detentos do pavilhão 7 que não conseguiram escapar. (RSc) Texto Anterior: 'Não aguento sofrer pela minha mina' Próximo Texto: Pena de foragidos soma 764 anos Índice |
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