São Paulo, sábado, 11 de maio de 1996
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Noite infeliz

JUCA KFOURI

Entre tantas brincadeiras exaltando a fase espetacular do Palmeiras, uma, contada hoje, fica com ar de piada velha.
Diz que um cartola palmeirense teria ido a Campinas no ano passado, antes de um jogo contra o Guarani, com a missão de comprar o bandeirinha e o juizão. O cartola não entendeu bem a ordem e comprou o Djalminha e o Luizão...
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Falando sério, o Guarani tem papel importante na vida do Palmeiras e não é de hoje. Em 1968 escalou dois jogadores irregularmente para perder os pontos de um jogo que, se vencesse, poderia rebaixar o Palmeiras.
Dez anos depois, decidiu e venceu o Campeonato Brasileiro contra o grande rival -o maior feito da história bugrina.
Agora quebra uma impressionante invencibilidade de trinta partidas do Palmeiras, algo que teria mesmo que acontecer uma noite, mas que coube ao time de Campinas, apesar de jogar quase o segundo tempo todo com apenas dez jogadores.
Uma façanha, sem dúvida. E ponto.
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Que a derrota palmeirense dá mais graça ao já decidido Campeonato Paulista é inegável. Mas é uma graça para inglês ver. Acreditar no Araçatuba como campeão do returno é mais ou menos o mesmo que acreditar em Papai Noel. E se o Santos tem time para derrotar o Palmeiras -e tem-, o difícil é imaginar que a equipe da Vila fará daqui por diante o que a do Parque Antarctica já fez no turno, ou seja, ganhar de todo o mundo. Sim, porque não basta que o Palmeiras perca mais pontos, será necessário que os outros ganhem todos.
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Enfim, como futebol e previsões nem sempre combinam, eis de volta um certo clima de suspense que, se a improvável reviravolta acontecer, queimará a língua de todos que consideram o campeonato decidido. Como a deste colunista.
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E lá se foi, na mesma noite de 9 de maio, outra invencibilidade, a do Flamengo. Outra marca impressionante, 28 jogos sem derrota neste ano, incluindo aí um empate com o Palmeiras conseguido só no finzinho do jogo, por Rivaldo, no Ceará. Como, no entanto, bastará um simples 1 a 0 no Maracanã contra o Internacional para o rubro-negro ir adiante na Copa do Brasil, uma final para tirar a teima com o Palmeiras ainda é bem possível.

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