São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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Argentina encara os riscos do "Brasil-dependência"

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

A explosão do intercâmbio comercial com o Brasil é, ao mesmo tempo, festejada e encarada com intranquilidade na Argentina.
A integração ajudou o país a enfrentar os efeitos da crise mexicana, mas está produzindo um fenômeno que economistas chamam de "Brasil-dependência".
Por ter a economia mais forte, o Brasil assumiu o papel de locomotiva do Mercosul -e o temor generalizado é de que qualquer solavanco provoque o descarrilamento dos demais vagões.
"Em relação ao Brasil eu só aconselho uma coisa: aproveitem enquanto podem. Essa taxa de câmbio não é para durar dez anos", disse o economista Miguel Angel Broda a empresários.
Em 95, graças à estabilização da economia e à virtual paridade entre o real e o dólar, o Brasil foi responsável por 35% do aumento das exportações argentinas. As vendas passaram de US$ 1,4 bilhão em 1991 para US$ 5,3 bilhões em 1995.
"Na Argentina teme-se muito uma desvalorização do real", disse à Folha o ex-ministro da Economia Roberto Alemann, que não vê sinais de crise no curto prazo.
Ele não acredita na "Brasil-dependência". Mas afirma que "sem dúvida seríamos afetados se houver problemas no Brasil".

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