São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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bykes à moda dos donos

Harleys "hypadas" chamam a atenção nas avenidas de São Paulo
"Não me pergunte por quê. Eu não vou saber explicar". O slogan do comercial da Harley Davidson nos EUA é a única possível explicação para a paixão que domina os proprietários dessas motos.
"Harley tem coisa de alma, de espírito. É um puta tesão. É um outro mundo", diz o empresário Angelo Leuzzi, proprietário de uma Harley 77 "Electra Glide" com pintura especial, traseira rebaixada, frente com freio a disco duplo, banco e manoplas diferenciadas.
Harley é objeto cult. A fábrica supre apenas de 25% a 40% da demanda estimada. Listas de espera são de três anos.
Mas, entre os que se renderam à mística, Leuzzi está na elite. Contra o cinza das ruas paulistanas, eles exibem surpreendentes pinturas coloridas. Contornam a padronização com acessórios exclusivos, que mandam fazer ou trazem da Califórnia. Cavalgam uma Harley, mas não uma Harley qualquer.
É o caso também dos empresários João Paulo Diniz, Roberto "Beto" Mansur e Paulo "Gallo" Cerello. Mansur tem a Rolls-Royce das motos de São Paulo, uma soft-tail Custom 93 (toda montada pelo dono anterior), em que o duro é achar alguma parte original: até simples cabeças de parafusos dão lugar a caveiras cromadas. Nada é como antes nessas motos, mas a loucura do resultado tem método, faz sentido para quem mostra e para quem vê.
Nem rebeldes, nem "rubbies" (rich urban bikers), donos de Harley hypadas imprimem marca pessoal à paixão. "Gallo" diz que quando chega com a Harley 51 repaginada "os caras choram, ficam apavorados". Já as mulheres, bem "mulher fica louca com essas motos".

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