São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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'Taxista' deixa transparecer erros

MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana da televisão brasileira foi agitada pela estréia de quatro novas novelas, três no SBT e uma na Globo.
"Razão de Viver", bem-cuidada produção do núcleo de teledramaturgia do SBT, ganhou o horário das 21h.
É a primeira vez que a emissora coloca uma novela produzida pelo seu núcleo para competir com a rival da Globo.
A trama, com elementos do tradicional folhetim e boas interpretações de Irene Ravache, Adriana Esteves e Joana Fomm, teve dez pontos de audiência, nos dois primeiros capítulos, dobrando o índice do horário.
A mininovela "O Fim do Mundo" mostra o indiscutível padrão Globo de qualidade, recheado de efeitos especiais.
"Colégio Brasil", que inaugurou uma nova faixa horária de novelas no SBT (às 18h30), mostrou uma história correta e água-com-açúcar. Alcançou 13 pontos de audiência na estréia.
No segundo capítulo obteve média de 10 -cada ponto de audiência equivale a cerca de cem mil espectadores na Grande SP.
Às 20h entrou no ar "Antonio Alves, Taxista", a badalada parceria entre o SBT e a produtora argentina Ronda Studios.
A trama, que tem Fábio Jr. como personagem central, conseguiu médias de 13 e 10 pontos, nos dois primeiros dias.
A novela, originalmente uma trama argentina que se passa em Buenos Aires, foi traduzida para o português -mas o responsável se esqueceu de adaptar o resto. São Paulo, por exemplo, virou sede de "embaixadas", na boca do personagem Devanildo (Serafin Gonzalez).
As embaixadas, como se sabe, ficam todas em Brasília -ao contrário de Buenos Aires, São Paulo não é capital federal.
Também no primeiro capítulo, há um erro de continuidade. Na cena em que Tony (Fábio Jr.) leva Mônica (Guilhermina Guinle) para casa, ele aparece em dois táxis diferentes. O primeiro, um Fiat com a frente antiga (preta), depois de uma curva, entra em cena um modelo mais recente (com a grade pintada da cor do carro e com outro design).
A produção argentina, orçada em US$ 5 milhões, parece que não investiu muito em cenografia. A casa dos Alves, em Florianópolis, foi feita com o mesmo cenário da montagem de "Rolando Rivas, Taxista" (nome original da novela), de 1983.

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