São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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Letícia Spiller dá à luz a uma nova personagem e tira férias para ser mãe

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com cabelos castanhos, figurino bem-comportado e uns quilinhos a mais, a ex-paquita Letícia Spiller, 22, está próxima de realizar o grande sonho de Xuxa: ter um filho.
Grávida de três meses, a atriz completa nesta quinta-feira sua participação na novela "O Rei do Gado". Depois, tudo o que ela quer é cuidar da casa, do marido (o ator Marcelo Novaes) e dos preparativos para a chegada do bebê.
"Vamos realizar um sonho. Não planejávamos ter um filho neste momento, mas acabou acontecendo", diz a atriz carioca, que completa 23 anos no mês que vem.
Letícia pretende ficar "fora do ar" por um ano e meio. "Depois, gostaria de fazer teatro ou cinema", afirma. Novelas e minisséries não parecem estar entre suas prioridades.
Basta lembrar que a Globo penou para convencê-la a voltar à TV. Depois de despontar vivendo Babalu, a manicure afetada de "Quatro por Quatro" (95), a atriz recusou propostas para trabalhar em "Vira-Lata", "Quem É Você", "O Fim do Mundo" e até na gincana "Ponto a Ponto".
Só aceitou fazer uma participação na primeira fase de "O Rei do Gado", que dura apenas sete capítulos. A novela é de Benedito Ruy Barbosa -o mesmo autor de "Renascer" (93) e "Pantanal" (90)- e a estréia está prevista para o dia 17 de junho.
Na pele de Giovanna, seu novo papel, Letícia abandona as roupas minúsculas, o jeito suburbano e a bundinha arrebitada de Babalu -que tanto agradaram o público masculino.
Filha de imigrantes italianos, sua nova personagem é uma jovem que cultiva café no interior de São Paulo na década de 40. "A sensualidade está no suor, nos poros, na respiração", afirma.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida durante um intervalo de gravações da novela "O Rei do Gado", em uma fazenda na cidade de Amparo (140 quilômetros ao norte de São Paulo).
Folha - Você e o Marcelo sempre falaram em filhos. Ainda pensam em ter três?
Letícia Spiller - Não posso dizer que vou ter um em seguida do outro, mas eu adoraria ter três. Nós sempre sonhamos em ter filhos. Eu sou apaixonada pelo filhote dele (Diogo, do primeiro casamento de Marcelo Novaes).
Tenho ele como se fosse meu filho e acho que essa convivência aumentou o meu desejo de ser mãe. Essa gravidez não era uma coisa esperada, mas era sonhada. Como acabou acontecendo, o bebê será muito bem vindo. Menino ou menina, será um grande presente.
Folha - Vocês pensam em atuar juntos de novo (o relacionamento começou nos bastidores da novela "Quatro por Quatro")?
Letícia - Sim. Mas não agora. É tudo muito recente. Acabamos escolhendo papéis pensando no trabalho em si. Até fui convidada para atuar em "Vira-Lata" (novela de Carlos Lombardi em que Novaes faz o papel de Fidel). Só que eu não me identifiquei.
Folha - Depois de "Quatro por Quatro", você recusou várias propostas da Globo. Teve medo da superexposição? De não conseguir repetir o sucesso?
Letícia - Eu não tenho medo de não agradar. Cada trabalho é diferente. A superexposição é que me preocupou um pouco. Aceitei fazer o papel de Giovanna, em parte, porque ela não vai ficar nove meses no ar, como a Babalu ficou.
Também acho que essa nova personagem será muito marcante na minha carreira. Ela é forte e diferente. Aparece apenas nos sete primeiros capítulos, mas tudo é muito bem feito. Isso não vai me expor.
O fato de "O Rei do Gado" ser uma novela das oito da Rede Globo foi decisivo na hora de aceitar a proposta?
Letícia - O que me atraiu mesmo foi a possibilidade de trabalhar com Luiz Fernando Carvalho (que também dirigiu a novela "Renascer"). Eu o admiro como profissional e me identifico com sua proposta. A profundidade, a entrega, o laboratório. Tudo para conhecer melhor o universo do personagem.
O Luiz Fernando é um diretor que tem o ator como elemento-chave. Nunca deixa o nosso trabalho ficar ruim e dá extrema importância ao ator. Ele é superatento aos detalhes e é muito cuidadoso.
Folha - O que o público masculino pode esperar de Giovanna?
Letícia - Nada de short e roupinhas curtas. Acho que já engordei uns quatro quilos. Eles terão que se contentar com a sensualidade natural da minha nova personagem.
Isso é uma coisa que a ligação com a terra dá às mulheres que a cultivam. Elas não precisam se produzir, se maquiar. Esse instinto e essa sensualidade existe naturalmente nelas.

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