São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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Cabrera tenta coligação com Maluf

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo do PFL que é favorável a uma coligação com o malufismo na eleição paulistana quer aproveitar a luta entre tucanos e pefelistas por espaço no governo federal para selar a aliança com o PPB.
O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, agendou para hoje em encontro com Antônio Cabrera, presidente do PFL paulista. Cabrera quer o acordo com Maluf. Bornhausen e o prefeito paulistano nutrem antipatia mútua.
"A proposta de Maluf é boa, e os nossos candidatos no interior estão pressionando para fechar com o PPB", afirmou Cabrera.
Na negociação, Maluf ofereceu ao PFL a candidatura a vice na chapa que será encabeçada por Celso Pitta (PPB) e também o apoio de seu partido a candidatos pefelistas em cidades como Ribeirão Preto, Sorocaba e São José do Rio Preto.
A cúpula nacional do PFL até a semana passada vetava liminarmente a coligação com o malufismo. Mas os recentes atritos entre os dois partidos em Brasília estão ajudando a quebrar a resistência.
Pressão
O raciocínio é que, no mínimo, se não vetar o prosseguimento da negociação com o PPB, a direção do PFL terá outro instrumento na mão para pressionar o PSDB, que também pretende a aliança com os pefelistas na capital paulista.
Cabrera, que é secretário estadual da Agricultura em São Paulo, pretende conversar com o governador Mário Covas até amanhã para discutir a sucessão.
O PFL não acredita que os tucanos possam, além da candidatura a vice em São Paulo, oferecer apoio em cidades do interior do Estado. O PSDB quer crescer nos grandes municípios do Estado.
Uma das possibilidades estudadas para quebrar a resistência de Bornhausen ao acordo com o malufismo é indicar o advogado Cláudio Lembo para vice de Pitta. Lembo é ligado a Marco Maciel, vice-presidente da República.
Além de Lembo, o deputado estadual pefelista Gilberto Kassab está cotado para vice de Pitta.
A direção nacional do PFL estuda ainda como alternativa ao acordo com o malufismo uma aliança com o senador Romeu Tuma (PSL), que condiciona sua candidatura a uma coligação com o PFL.
A aposta majoritária no PFL, porém, é que Tuma demorou muito para se definir.
Embora praticamente inexistente em termos eleitorais em São paulo, o apoio do PFL é cobiçado porque o partido terá o maior tempo no horário gratuito de TV, que é indispensável principalmente para quem lançar candidato sem nível de conhecimento alto.

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