São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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Decisão de executivo despreza razão

DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos executivos brasileiros deixa de lado a razão na hora de decidir. Pesquisa mostra que só 26,2% deles dizem se apoiar em algum aspecto racional ao tomar decisões do dia-a-dia.
Realizada pelo grupo Catho, especializado em recrutamento e recolocação de profissionais de nível gerencial, a pesquisa sobre "medos e ansiedades" dos dirigentes de empresas ouviu 643 executivos de São Paulo.
A ameaça do desemprego, a politicagem nas empresas e a violência urbana aparecem como as principais preocupações.
O estudo revelou que 39,5% temem o desemprego mais do que tudo hoje em dia.
Reorientação
Thomas Case, fundador do grupo Catho, acredita que o executivo brasileiro precisa ser reorientado quanto ao uso da razão.
Para ele, a competitividade exige "lógica racional" na tomada de decisões, porque "os concorrentes hoje podem estar em qualquer parte do planeta".
Um dado surpreendeu: o item "politicagem nas empresas" aparece em segundo lugar entre as principais preocupações dos executivos.
Case diz que os executivos estão acreditando que um dos fatores que forçam sua demissão, e não a de um colega, é a "politicagem".
Segundo ele, isso indica que os entrevistados entendem que a avaliação pela competência, qualidade e resultados de seu trabalho ainda não chegou às empresas brasileiras.
Uma pesquisa semelhante feita nos Estados Unidos mostrou que o maior receio dos executivos norte-americanos é a obrigação de falar em público.
Na pesquisa da Catho, o medo de falar em público aparece em quinto lugar, com 4,9% das respostas.
Para Thomas Case, o alto índice de aceitação do trabalho informal é um sintoma de que as pessoas estão se preparando para as "profundas mudanças que se avizinham no mercado de trabalho".
Violência
A pesquisa ouviu os executivos também sobre sua vida pessoal. A violência urbana é o aspecto que mais incomoda -61,2% das mulheres e 57,5% dos homens.
Em segundo aparecem as dívidas, que assustam mais homens (16%) que mulheres (10,2%).
Em relação à vida familiar, os homens têm um pouco mais de receio que as mulheres quanto à separação: 16,2% contra 15,3%.
Ambos os sexos compartilham o mesmo medo quanto ao envolvimento de seus filhos com drogas: 45,8% dos homens e 41% das mulheres consideram essa a maior preocupação familiar.

LEIA MAIS sobre a pesquisa à pág. 2-1

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