São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996 |
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Deus e o diabo MARCELO FROMER e NANDO REIS MARCELO FROMER; NANDO REIS
Vejam o caso de Romário. Agora, aparentemente livre de complicações de cunho pessoal, não tem perdoado as redes: recuperou a antiga tranquilidade e, por vias das dúvidas, já mandou botar em ordem a papelada do passaporte para os EUA. Pode-se errar -e isso é natural-, mas de maneira nenhuma quer dizer que possamos aceitar atitudes como aquela do Taffarel, que culminou com uma agressão estúpida e tão violenta. Só não se deve bani-lo do futebol porque perdoar é preciso. Mas, no mínimo, uns seis meses de freezer merecia o capeta loiro. Vejam o Marcelinho. É certo que fala com a bola, com Deus e outra figuras sobrenaturais, mas aquela entrada criminosa no lateral Júnior, do Palmeiras, era pra cartão vermelho e suspensão! Uma vergonha que Márcio Rezende -aquele mesmo que estragou a final do Brasileiro de 95- premiasse o "Atleta de Cristo" com um pálido cartão amarelo. O belíssimo gol de falta, aos 45min do segundo tempo, não conseguiu esconder a deslealdade da entrada mais que perigosa que o craque deu em seu companheiro de profissão. Há de se ter mais rigor com esse tipo de procedimento. Penas duras para certos tipos de atitudes que não podem, em hipótese nenhuma, serem abrandadas pela condescendência burra e medrosa de árbitros e federações. Os tribunais deveriam ser tão rigorosos com agressões entre atletas quanto são com atletas que agridem os juízes. Não se quer aqui crucificar esses dois "Atletas de Cristo" pois é preciso considerar o calor da disputa, a rivalidade... Mas é inadmissível que dois jogadores como Taffarel e Marcelinho, que andaram agindo como lobos em pele de cordeiro, venham administrar o seu amor à Cristo só quando lhes é conveniente. Eles parecem estar é com o diabo no corpo! Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos e integrantes da banda Titãs Texto Anterior: Ataque marca mas defesa é vulnerável Próximo Texto: Anteontem Índice |
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