São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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Chapecó; Salário de professores; Rodízio de carros; Mão-de-obra infantil; Funcionalismo público; Saúde municipal; Dívida social; FHC e intelectuais; Brasil e Chile

Chapecó
"As Organizações Chapecó cumprem o dever de esclarecer a notícia publicada na coluna 'Joyce Pascowitch' sob o título 'Laçarote', levantando a possibilidade de venda do controle da empresa.
A Chapecó informa não existir qualquer intenção nesse sentido e desmente ter havido qualquer contato e muito menos negociação com tal fim. Qualquer informação nesse aspecto é desprovida de fundamento e é fruto de interesses escusos.
A única preocupação da empresa é a implementação do alto padrão de excelência em todos os setores de sua atividade e a oferta dos melhores produtos ao consumidor do Brasil e de mais de 20 outros países."
Plínio David De Nes Filho, diretor-presidente da Chapecó (Chapecó, SC)

Salário de professores
"Paulo Maluf considera um absurdo o índice de reajuste do salário mínimo. O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem) também. No entanto, é bom esclarecer que o prefeito de São Paulo está faltando com a verdade.
Ao contrário de suas declarações, o piso inicial de um professor da rede municipal é de ridículos R$ 255,77, para 20 horas/aula. Muito aquém dos R$ 360,00 (também irrisórios) que afirmou pagar."
Claudio G. Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação (São Paulo, SP)

Rodízio de carros
"Os ricos e abonados estão achando ótimo o rodízio dos carros.
E os pobres remediados que só têm um carro? Como é que vão resolver os problemas inerentes ao cotidiano, tipo ir ao médico, atravessar São Paulo em viagem de Sorocaba para Taubaté, ir a uma audiência, ir ao trabalho, faculdade, escola, banco etc.?
É claro que as 'altas autoridades' estarão livres destes insolúveis inconvenientes. Mas não acredito que isto pese na postura do nosso governador. Prefiro acreditar que ele não teve tempo para atentar para os milhares de microproblemas que está criando para os de modesto poder aquisitivo."
Roberto S. Caiuby Novaes (São Paulo, SP)

Mão-de-obra infantil
"Em referência à carta do sr. Oded Grajew ('Painel do Leitor', 19/4), reproduzo trechos da mensagem que o ministro enviou a ele:
'Não defendo nem nunca defenderia competitividade gerada à base da exploração e da miséria do trabalhador e particularmente de crianças.
Quando me refiro à inadmissibilidade da imposição de cláusulas sociais que permitam medidas contra países alegadamente em conflito com a legislação de países desenvolvidos, estou chamando a atenção para o fato de que esses dispositivos abrem as portas para que aqueles países possam ter uma justificativa para proteger os seus mercados ou terceiros mercados contra produtos mais competitivos'."
Sergio França Danese, subchefe do Gabinete para Assuntos Políticos do Ministério das Relações Exteriores (Brasília, DF)

Funcionalismo público
"Sobre o comentário do professor Adilson Abreu Dallari no 'Painel do Leitor' de 30/4: sabemos que administrações sucessivas têm feito dos empregos públicos uma feira de votos e privilégios.
Além disso, a absoluta raridade de funcionários públicos demitidos e o gigantismo das folhas de pagamento permitem ver que nenhuma providência de caráter administrativo, isto é, gerência de recursos humanos que implique redução do número de funcionários e melhor recuperação dos mais eficientes, tem sido possível.
Se um funcionário público tiver que ser demitido, o processo pode levar tanto tempo que nenhuma administração eficiente será capaz de realizá-la.
Será que isso é saudável para um Estado inchado e malpago? Gostaria de informar que sou funcionário público estadual."
Lanfranco R.P. Troncone (Toronto, Canadá)

Saúde municipal
"Tornei-me ex-assinante da Folha porque não estava satisfeito com a cobertura parcial sobre o PAS.
Como fazer uma avaliação estatística colhendo informação da população usuária de um sistema que foi propositalmente sucateado nos últimos três anos?
E a qualidade dos médicos contratados a toque de caixa pelas cooperativas, sem concurso público?
Que privilégios são esses que esses médicos não querem perder para se recusarem a receber um aumento salarial (que chega a 500% em alguns casos) ao não aderirem ao plano?
Como estão sendo atendidos os pacientes portadores de doenças crônico-degenerativas, os portadores de tuberculose, Aids ou câncer nesses locais onde foi instalado o plano PAS?
E o ambulatório de especialidades pediátricas do Hospital Infantil Menino Jesus, em que condições está funcionando? E a UTI pediátrica?"
Fernando de Freitas Ayres (São Paulo, SP)

"Assinante deste jornal há alguns anos, no último dia 14/4 (domingo) desisti de sê-lo. Sendo médica, não posso em absoluto concordar com a reportagem que exaltou as 'maravilhas' do PAS, plano de saúde do sr. Maluf, e omite ou mesmo não publica o que fala quem entende do assunto: as entidades médicas.
É muito desigual o tratamento que o jornal dá, é muito visível a razão disso. Não se enganem, a maioria dos seus leitores pode não ter o poder econômico, mas não é boba e sobretudo tem discernimento."
Maria das Graças Souto (São Paulo, SP)

Dívida social
"Parabéns à Folha pelo destaque que vem dando em seu noticiário à inaceitável realidade de pobreza e miséria a que está condenada a maior parte da população brasileira."
Cesar Callegari, deputado estadual pelo PMDB (São Paulo, SP)

FHC e intelectuais
"Tivesse o veículo jornal a penetração e poder de esclarecimento das massas que tem a TV, o presidente cairia após a publicação do artigo 'FHC e seus intelectuais', de Frei Betto.
Carlos Heitor Cony e o editorialista do texto 'Comunidade solitária' fazem segunda e terceira voz com Frei Betto no coro dos descontentes. Brilhante!"
Julio Minervino (São Paulo, SP)

Brasil e Chile
"Dornbusch compara o desempenho econômico-social do Brasil com aquele de outros países da América Latina, especialmente com o do Chile, país cujo Produto Nacional cresceu a 7,5% ao ano, mesmo com a 'baixa inflação' de 25% ao ano durante sete, oito anos antes de cair abaixo de 20%. O Brasil cresce a 3% ao ano com menor inflação.
O 'projeto' -melhor dizer programa!- que Dornbusch recomenda não diz exatamente como o Produto Nacional deve crescer. Ele cresce somente se o Brasil produzir mais e melhores bens e serviços que são vendáveis, isto é, realmente úteis no Brasil e no exterior."
Ralph von Gersdorff (Jaú, SP)

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