São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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Hotéis pequenos são luxo à moda antiga

DAVID DREW ZINGG

em Londres
Se as notícias referentes aos restaurantes de Londres são mega, o contrário se aplica a um número cada vez maior de seus hotéis.
Quando se trata de descansar num ambiente de luxo britânico à moda antiga, os hotéis chiques de alta categoria dessa capital decepcionam: são minúsculos.
E, se não propriamente baratos, são muito menos caros do que tradicionais. Onde os estabelecimentos veneráveis contam seus quartos na casa das centenas, os novos pequenos hotéis raramente têm mais do que 20.
Diz Jean-Luc Aeby, proprietário do ecleticamente moderno hotel Sydney House, no bairro de Chelsea: "É um fenômeno muito britânico. É claro que existem alguns hotéis menores e mais personalizados em Nova York, mas é em Londres que essa idéia pegou."
A "idéia" é que a maioria dos viajantes que passam por Londres não procura, na realidade, mais do que um endereço conveniente, uma cama confortável, um ambiente agradável, serviço telefônico, acesso a um fax e um ótimo café da manhã britânico.
'Extras' inúteis
Muitos dos "extras" oferecidos pelos grandes hotéis -salas de ginástica, centros de atendimento que fazem reservas e compram ingressos, três ou quatro restaurantes, recepções movidas por um batalhão de funcionários e ambiente de formalidade- são vistos pelo viajante experiente como acréscimos desnecessários que aumentam a conta a pagar mas não acrescentam mais prazer à estadia.
"Por que pagar por um enorme lustre no saguão que eu só vejo por alguns segundos por dia?", perguntou um turista brasileiro sábio que encontrei no Sydney House.
Algumas pessoas os chamam de hotéis "town house" (situados em velhos casarões residenciais) ou "boutique". Os adeptos os conhecem por "baby grands".
O que os "baby grands" têm em comum é o fato de todos serem diferentes. Normalmente cada quarto é mobiliado e decorado de maneira diferente.
Há pelo menos dois funcionários por hóspede, de modo que você é atendido à perfeição. É o atendimento personalizado, 24 horas por dia, e a TV de inúmeros canais que distinguem um "boutique hotel" de um Bed & Breakfast.
Vamos dar uma olhada em alguns dos meus "baby grands" prediletos em Londres:
O Sydney House é onde me hospedo quando não estou no Chelsea Arts Club. O hotel fica a um quarteirão da King's Road. Diárias duplas por volta de US$ 200. Cada um dos 21 quartos desse casarão oitocentista é decorado de acordo com uma fantasia escapista diferente.
Fiquei num quarto chamado "Tiger", com um enorme quadro em cima da cama retratando um felino indiano. Minha amiga ficou com o quarto ao lado, chamado "Cinderella", decorado em tons de verde-claro e marfim, com gravuras do século 18.
Os funcionários do Sydney House satisfazem seu mais extravagante capricho. Ouvi um cavalheiro pedindo um Rolls-Royce para já. Em questão de minutos havia um Rolls-Royce azul-real à porta.
O Pelham fica em South Kensington, em frente à estação de metrô. As diárias duplas custam por volta de US$ 300 ou mais.
Com 37 quartos, o Pelham tem painéis de madeira, objetos de latão brilhante e móveis estofados em chintz em tons delicados.
Bar aberto
Os quartos são simpaticíssimos, como aqueles com janelas altas e largas dando para a rua. Na sala de estar há um "honor bar", bar aberto onde você pega o que quiser e avisa à recepção o que tomou.
Algumas outras opções em termos de "boutique hotels":
Blakes Hotel: 50 quartos e suítes (e aquele bar minúsculo e famoso). Diárias simples a partir de mais ou menos US$ 190.
St. Jame's. Diárias simples a partir de US$ 200. Situado na rua onde o rei Eduardo 7º mantinha suas amantes, o hotel fica a 75 metros de Piccadilly Circus e do centro da vida teatral de Londres.
O hotel tem 13 suítes e cinco apartamentos.
(DDZ)

Blakes Hotel: 33 Roland Gardens, London SW7, tel. (0171) 370-6701; Pelham Hotel: 15 Cromwell Place, tel. (0171) 589-8288; St. James: Jermyn Street, 22, Piccadilly, SW1, tel. (0171) 734-2553, Sydney House: 11 Sydney Street, Chelsea, tel. (0171) 376-7711.

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