São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
Texto Anterior | Índice

Entidade quer royalty verde

DA REPORTAGEM LOCAL

A adoção do royalty ecológico pelo governo da Bahia pode conter a degradação da Mata Atlântica no sul do Estado, segundo Keith Alger, diretor do Iesb.
Esse royalty é uma compensação financeira dada pelos Estados aos municípios que tenham restringido seu desenvolvimento econômico devido à preservação de áreas de interesse ambiental.
A compensação se refere a uma parcela dos recursos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e multas sobre danos ao meio ambiente.
O "royalty ecológico" já foi adotado pelos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Segundo estudo do Iesb, a Bahia possui mais de 900 mil ha de áreas destinadas à conservação de solos, água, fauna e flora.
Os municípios onde se localizam essas áreas têm seu potencial de arrecadação de impostos e geração de empregos limitado.
Segundo o Iesb e o WWF, o "royalty ecológico" eleva o montante de recursos disponíveis para a manutenção das áreas protegidas.
A Mata Atlântica no sul da Bahia possui a maior diversidade de espécies florestais do planeta, segundo Alger.
Pesquisa realizada em 1993, na região de Ilhéus, pelo Jardim Botânico de Nova York e pela Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), revelou a existência de 450 espécies diferentes de árvores em 1 ha de floresta.
O número bateu o recorde anterior de 300 espécies encontrado nos Andes peruanos em 1986.
A região também é o habitat exclusivo de espécies animais ameaçadas de extinção como o mico-leão de cara dourada e o macaco-prego de peito amarelo, de acordo com Alger.

Texto Anterior: Crise na BA destrói Mata Atlântica
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.