São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Greve dá sinais de desgaste e lideranças tentam negociação

Servidores fazem manifestações em vários Estados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA AGÊNCIA FOLHA

A greve dos servidores públicos federais completa um mês e dá sinais de desmobilização. Diante desse quadro, suas lideranças apelam para negociar com o governo.
Um exemplo do desgaste do movimento é a baixa adesão no Distrito Federal, onde os servidores decidiram suspender o movimento no dia 30 de abril.
Algumas lideranças afirmam que a greve continua pelo menos até a semana que vem.
Uma nova plenária dos delegados das entidades do funcionalismo, no próximo fim-de-semana, decidirá os rumos do movimento.
Hoje a greve atinge os setores da Previdência, principalmente postos de benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), e da educação, com as universidades federais à frente.
"Temos de buscar outras formas de negociação", afirmou José Henrique Martini, um dos coordenadores nacionais da greve.
Essa negociação, de acordo com os líderes do movimento, seria a instalação de uma mesa de diálogo composta pelos ministros Pedro Malan (Fazenda), Bresser Pereira (Administração) e Paulo Paiva (Trabalho), além de representantes dos servidores.
Segundo Edivaldo Rosas, outro membro da coordenação nacional, líderes de partidos estariam articulando a formação da mesa com o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos).
Ontem, durante a votação do mandado de segurança pela manutenção da data-base da categoria em janeiro pelo STF (Supremo Tribunal Federal), os servidores públicos promoveram manifestações em vários Estados.
Em Brasília, manifestantes realizaram uma vigília em frente ao prédio do Supremo. Segundo a Polícia Militar, cerca de 200 pessoas estavam presentes.
Em Salvador, cerca de 500 servidores federais da Bahia "abraçaram" a reitoria da UFBa (Universidade Federal da Bahia) e depois saíram em passeata pelas ruas do centro da capital baiana.
Em frente à sede do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) os grevistas também fizeram manifestação.
Em Porto Alegre, os grevistas promoveram duas vigílias para acompanhar o julgamento do STF.
Cerca de 600 funcionários, segundo os organizadores, participaram da manifestação dos servidores da Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), em frente à reitoria, na zona central.
Cerca de 120 funcionários, segundo os organizadores, reuniram-se à tarde em frente à sede do TRF (Tribunal Regional Federal), usando carro de som e faixas.

Texto Anterior: CEF financia demissões nos Estados
Próximo Texto: A adesão à greve*
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.