São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Irmãs reencontram pai
RONI LIMA
"Choramos demais, foi uma emoção indescritível", disse Eva, 48. As irmãs descobriram que o pai estava vivo ao vê-lo no "Fantástico", na Rede Globo, no domingo passado. No dia seguinte, quando chegou ao trabalho, no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a funcionária pública Eva teve nova surpresa: leu a reportagem sobre o pai publicada pela Folha no sábado passado. Com a certeza de que o pai estava vivo, as irmãs começaram a articular um reencontro. O ex-pedreiro e ex-guerrilheiro, hoje presidente do PC do B de São Geraldo do Araguaia (PA), falou ontem com as filhas. O contato foi articulado pelo PC do B do Rio. Segundo Eva, o pai insistiu em saber se, no regime militar, a família foi torturada por causa de sua militância. Ele afirmou ter sido torturado no Pará. Agora, as três irmãs -que dizem não ter dinheiro para pagar uma viagem de avião até o Pará- querem um patrocinador para reencontrar o pai. Segundo Olga, de ônibus seria demorado, e elas não podem faltar muito tempo ao trabalho. No final dos anos 60, antes de partir para a guerrilha do Araguaia, Amaro Lins vivia clandestinamente no Rio, visitando poucas vezes por ano a família. Já no Araguaia (para onde foi em 1967), Lins acabou se desligando da guerrilha para poder ficar com Neuza, mulher da região por quem se apaixonou. Texto Anterior: Corpos foram abandonados, diz Curió Próximo Texto: Às cegas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |