São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996
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Fundo é única alternativa à poupança

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos próximos dois meses, o rendimento das cadernetas deve ficar abaixo ou muito próximo da inflação.
O pequeno e o médio investidores têm uma única alternativa: aplicar em um FIF (Fundo de Investimento Financeiro) com prazo de 30 dias. A rentabilidade dos FIFs será melhor, mas vai continuar muito próxima da inflação.
O investidor deve tomar um único cuidado nessa troca: o de se informar sobre a taxa de administração cobrada pelo banco. Se ela superar os 6% ao ano, mude de fundo ou fique na poupança.
A partir de julho, quando o redutor do cálculo da TR (Taxa Referencial) cai para 1,25%, a taxa de administração máxima passa a ser de 5% ao ano. Em agosto, a taxa máxima será de 4%.
O fato de o rendimento estar muito próximo (ou abaixo) da inflação é, no fundo, um sintoma da armadilha que prendeu o BC (Banco Central).
Para os grandes aplicadores e para as empresas, o que interessa é a taxa paga acima do câmbio (a economia está aberta). Nesse caso, o juro continua elevado: 13% líquidos (já descontado o imposto) ao ano. Tão elevado que, apesar de o governo restringir a entrada de dólares, os ditos continuam aportando no Brasil.
A inflação, porém, não vai deixar que as taxas caiam mais, pelo menos por enquanto.
Assim, para os pequenos investidores, a decisão de continuar poupando vai depender menos do ganho imediato proposto (baixo, nulo ou negativo) e mais da necessidade de fazer um pé-de-meia com medo do desemprego.
Até porque a situação da balança comercial (exportações e importações) volta a preocupar e já há quem estime déficit (compras maiores que vendas) da ordem de US$ 3 bilhões para este ano.
Além disso, ficou claro que o tal do rolo compressor governista só funciona mesmo se FHC estiver pessoalmente no volante.
Ontem, com o mercado especulando sobre o resultado de Telebrás e de olho nas votações no STF, a Bolsa subiu 0,37%. Juros e câmbio ficaram estáveis.

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