São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996 |
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Herrman Baumann desperta a orquestra
LUÍS KRAUS
Vista a tradição de sua cidade de origem, não surpreende que a orquestra tenha-se mostrado sob sua melhor luz ao tocar Handel, Mozart e Haydn. Seus músicos são extremamente competentes, e contam com excelentes instrumentos. Trata-se de um conjunto equilibrado; o trabalho extremamente minucioso do regente Jiri Malát foi apresentado com fluência e naturalidade. Herrman Baumann, trompista, exibiu talentos de solista e de arranjador. O concerto começou com a suíte St. Paul, de Holst, mais conhecido pela sua glacial suíte sinfônica "Os Planetas". Peça de emotividade contida, recebeu interpretação tímida, cerebral, ainda que precisa. A atmosfera do teatro, entretanto, transformou-se inteiramente com a presença do trompista Herrman Baumann. Logo na primeira frase do Concerto para trompa de Handel (num atraente arranjo do próprio solista) a orquestra parece ter despertado, apresentando uma sonoridade clara, opulenta, e um temperamento sanguíneo. O Divertimento em Fá de Mozart, em seguida, foi singelo, comovente, revelando pureza de estilo e preocupação histórica: o maestro Jiri Malát evitou artifícios virtuosísticos e enfatizou as raízes barrocas da obra. O "Andante" foi um dos pontos altos de todo o concerto, com sua seriedade irônica, sobretudo na parte do violoncelista Christoph Eberle. Depois do intervalo, o noturno de Dvorak foi executado de maneira apenas correta. O idioma brahmsiano e o lirismo dessa peça parecem estar um tanto distantes da verdadeira vocação do grupo. Texto Anterior: German Brass tem apresentação hoje Próximo Texto: Guarneri pratica a sonoridade cerebral Índice |
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