São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996
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Grupo revela revolução musical das palavras

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma obra promete revolucionar os estilos mais conhecidos da música negra como o reggae, o rap e o hip hop.
É "Score", segundo disco do trio norte-americano de origem haitiana, Fugees. O nome é uma abreviação de Refugees (refugiados), explicada no próprio CD como campo de refugiados.
O primeiro disco, "Blunted On Reality" lançado em 1993, trazia o trio com um nome diferente, The Tranzlator Crew.
Os integrantes são Pras, Lauryn Hill e Wyclef, todos vocalistas, compositores e produtores. Eles formam também o Refugees Camp Productions.
O disco vem causando furor desde o seu lançamento no começo do ano, com sua mistura de reggae (usam a base marcada pelo baixo) e vocais admiráveis, aliados à falação e à narração do rap e do hip hop. Tudo harmonicamente combinado.
O trabalho é marcado por um estilo pessoal e inovador. Tem balanço, é elétrico e pulsante. É o trio fugindo do estereótipo agressivo do rap.
Os vocais impressionam pela suavidade, apesar das letras que condenam a violência. Alguns palavrões não escapam.
O que levou o trio às paradas foi a extraordinária versão de "Killing Me Softly", megahit de Roberta Flack, no começo dos anos 70.
A versão dos Fugees começa com uma batida seca e segue com uma base reggae, de baixo e bateria. Mas é a voz devastadora de Lauryn destilando todo o romantismo da letra que chama a atenção.
O primeiro single, "Fu-Gee-La", ganha cinco versões, uma das quais traz a base mais famosa do mundo reggae, a dupla Sly & Robbie. Também no disco, uma versão de "No Woman, No Cry", de Bob Marley.
"Score" é um disco de melodias urbanas e sonoridade espacial, o que dá a ele uma característica moderna. Em outras palavras, é cool.

Disco: Fugees
Lançamento: Sony
Preço: R$ 20 (o CD, em média)

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