São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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BNDES mantém leilão no dia 21

GTD confirmou participação 'nas condições legais'

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) manteve ontem a data do leilão da Light para terça-feira, mesmo com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de manter a liminar que dá direito a duas empresas de participar com 100% de "moedas podres" do leilão da empresa.
O GTD, grupo que reúne os 11 maiores fundos de pensão do país, confirmou sua participação no leilão de terça-feira, "nas condições legais do edital", segundo seu coordenador, Luís Chrysóstomo, do Banco Cindam.
Segundo Chrysóstomo, qualquer que fosse a decisão do STF, "a decisão do GTD já estava tomada".
No BNDES, a avaliação é que, como o volume de "moedas podres" da empresa International Brasil Export, que ganhou a liminar no STF, é pequeno em relação ao preço da Light, não há problema em se vender a empresa na data marcada.
A International Brasil Export tem R$ 83 milhões em "moedas podres". O consórcio Transcon-Amurada, sócio da International na construção de uma estrada no Paraná em 1975, tem R$ 68 milhões em moedas podres e também conseguiu liminar.
Técnicos do BNDES acreditam que não haverá tempo hábil para outras empresas candidatas à compra da Light entrarem como "litisconsorte" (tentando ser favorecidas pela mesma decisão) da ação da International.
A International está pré-identificada como uma das participantes, assim como CSN (associada ao Grupo Vicunha, Camargo Corrêa, Bradesco, Safra), GTD (fundos de pensão), Iven (Bozano, Simonsen, Opportunity, Pactual, entre outros) e os estrangeiros EDF (Eletricité de France) e Chilectra.
Cook disse que sua ação na Justiça não diz respeito apenas à privatização da Light, mas a todo o programa de privatização. Ele disse que aceitou as "moedas podres" como pagamento de dívida da União com garantia de que elas poderiam ser utilizadas para comprar estatais.
O edital do leilão de privatização diz que só poderão ser usados 30% de "moedas podres" (R$ 800 milhões). O restante (R$ 1,6 bilhão) tem que ser pago em dinheiro vivo. Vão a leilão 60% das ações.
Participantes do leilão acreditam que as liminares não devem dar a todos o direito de utilizar 100% de "moedas podres".
A lógica seria que as empresas que conseguiram as "moedas podres" como pagamento de serviços prestados poderiam utilizá-las integralmente.

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