São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996 |
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Planos culpam honorários por reajustes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA As empresas de plano de saúde só vão reduzir os preços das mensalidades se o governo conseguir, junto aos médicos, uma redução dos percentuais de aumentos praticados nas tabelas de honorários.Ontem, representantes do setor discutiram seus custos com o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Bolivar Moura Rocha. Segundo o diretor de mercado da Unimed, Ronaldo Costa, as empresas estariam apenas repassando ao consumidor aumentos efetivados pela AMB (Associação Médica Brasileira). O CH (Coeficiente de Honorários) subiu 50%, e o valor de uma consulta, 95%. "Se o governo não achar uma forma de reduzir essa pressão de custos, não podemos abaixar os preços. Isso colocaria em risco a saúde financeira das empresas", afirmou Costa. A AMB argumenta que sua tabela é mera referência e que os valores estavam defasados. Os planos, diz a entidade, pagam bem menos aos médicos pela consulta. Segundo nota divulgada ontem pela Secretaria de Acompanhamento Econômico, a Sunab (Superintendência Nacional de Abastecimento) vai fazer um levantamento em várias empresas do setor para verificar se a alta das mensalidades se deveu de fato ao aumento do honorário médico. Na nota, a secretaria diz que as empresas não apresentaram seus custos, alegando falta de tempo. Para Costa, a única alternativa para as empresas não operarem com prejuízos seria reduzir o número de benefícios à disposição dos associados. "O usuário iria sentir uma perda de qualidade dos serviços", disse Costa, que participou de reunião com Bolivar e representantes da Abramge (Associação Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo) e da Susep (Superintendência de Seguros Privados). Costa afirmou que, além da tabela, também pressionam os custos os reajustes concedidos a médicos e trabalhadores da saúde. A subsecretária de Defesa do Consumidor do Distrito Federal, Elisa Martins, protocolou ontem no Ministério da Fazenda 56 reclamações de consumidores sobre os aumentos de planos de saúde. Os aumentos variam de 38% a 53%. Texto Anterior: Cigna desiste do seguro-saúde Próximo Texto: Receita quer limitar dedução de bancos Índice |
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