São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Manicure diz sentir nojo do cheiro do treinador

Cláudia conta que Luxemburgo estava seminu quando a assediou

MAÉRCIO SANTAMARINA
DA FOLHA SUDESTE

A manicure Cláudia Cavalcante disse ontem que ainda sentia o cheiro do técnico Wanderley Luxemburgo e que isso lhe dava nojo.
Ao narrar a suposta tentativa de assédio sexual, Cláudia afirmou que subiu até o quarto do treinador e encontrou a porta aberta. Ele estava deitado assistindo à televisão com um agasalho esportivo.
O técnico teria pedido para que ela o aguardasse tomar banho e retornado após dez minutos só com uma toalha enrolada no corpo.
Quando iniciou o trabalho, a manicure disse que ele já exibia os órgãos genitais por entre a toalha, mas que ignorou.
Após cortar e passar esmalte nas unhas das mãos e dos pés do técnico, Cláudia disse que cobraria apenas R$ 5,00 porque não tinha feito a cutícula. Ele teria, então, aberto uma maleta e exibido um pacote de dinheiro, dando R$ 20,00 a ela.
"Quando estiquei a mão para dar boa noite, ele me puxou e começou a beijar o meu pescoço e enfiar a língua na minha orelha. Luxemburgo viu que eu estava tremendo e falou que não era para ter medo porque ele só ia me dar carinho", afirmou.
Nesse momento, a manicure disse que viu pela toalha que o treinador estava excitado.
"Senti ele colocar o pênis entre as minhas pernas. Eu estava de calça jeans e camiseta preta sem decote. Em momento algum dei motivo para isso. Até agora sinto o cheiro daquele homem e tenho nojo."
Cláudia disse que conseguiu chegar à porta quando tentava fugir, mas o técnico pegou sua bolsa e colocou-a sobre a cama.
Na segunda tentativa, ela afirmou que conseguiu abrir o trinco da porta e, ao ouvir o barulho, ele teria interrompido o assédio.
A manicure disse que desceu para o piso térreo do hotel nervosa e comunicou à recepcionista Célia Regina Iecks que o treinador queria uma garota de programa.
"Não tive condições psicológicas de pegar um ônibus para ir embora e fui de táxi", afirmou.
A recepcionista e o taxista, que ainda não tinha sido identificado pelo advogado da manicure até a tarde de ontem, foram arrolados como testemunhas.
(MS)

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