São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996
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Corrida final criou problemas

CELSO PINTO
COLUNISTA DA FOLHA

A Light acabou vendida para uma estatal francesa, a Électricité de France (EDF), associada a uma estatal brasileira, a BNDESpar, pelo preço mínimo. Isso é bom ou é ruim?
Houve dois problemas sérios na corrida final para o leilão da Light. A EDF colocou na mesa um acordo de acionistas draconiano, que afastou vários candidatos brasileiros a compor o grupo controlador da Light.
Ao mesmo tempo, ficou claro que, sem o BNDESpar, o negócio melava: não haveria como vender 50% das ações mais uma e ter um acordo de acionistas.
Evitando o fracasso
Para evitar o fracasso do leilão, que teria uma repercussão muito negativa, o BNDESpar acabou ficando com 9% do capital da Light e 15% do grupo de controle.
A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), como maior consumidora da Light, tinha interesse em ficar com algo e levou 7% do capital e 12% do grupo de controle. A GTD, junto com os fundos de pensão, comprou apenas 1,5% do capital da Light, como posição estratégica.
Problemas
Fechado o negócio e comemorado o fato de, pela primeira vez, uma privatização ter atraído US$ 1 bilhão de investidor externo, o BNDESpar ficou com dois problemas. Vai ter que assinar o acordo de acionistas e o contrato de concessão, para validar a venda.
Se não participar do Conselho de Administração da Light, será acusado de omisso, se o fizer, alguns verão nisso um abuso estatal.
Direito de preferência
Quando quiser vender sua participação, a BNDESpar terá que conciliar sua regra de só vender ações através de leilão, com o direito de preferência do grupo de controle.
E como concessionária, terá que submeter ao Dnaee (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica) a aprovação de quem comprar suas ações.

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