São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996
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Universidades de SP fazem paralisações

Unicamp pára amanhã e USP, 6ª feira

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA SUDESTE

Folha Sudeste
Os servidores e professores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) prometem paralisar suas atividades amanhã em protesto por melhores salários.
A USP (Universidade de São Paulo) deve promover uma paralisação na sexta-feira. A USP de Pirassununga e a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) não devem aderir.
Amanhã, os professores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) também devem parar nos campi de Marília, Presidente Prudente e Bauru. Os funcionários devem definir amanhã, em assembléia, uma data para paralisação.
O objetivo do movimento é pressionar o Cruesp (Conselho de Reitores de Universidades Estaduais Paulistas) na primeira rodada de negociações, prevista para sexta, às 14h, na Secretaria da Ciência e Tecnologia, em São Paulo.
Os funcionários e professores pedem reajuste de 33%. O percentual se refere à inflação dos últimos 12 meses. Os trabalhadores pedem ainda aumento de 18% a título de perdas decorrentes do Plano Collor em janeiro de 1989.
Segundo Arthur Roquete Macedo, reitor da Unesp e presidente do Cruesp, as equipes econômicas das universidades estão fazendo cálculos para saber quanto as universidades vão poder aumentar seus funcionários.
Folha cara
Macedo afirma que o maior entrave para a concessão do reajuste é o grau de "comprometimento" do orçamento da universidade com a folha de pagamento.
Segundo ele, na Unesp o índice de comprometimento com a folha é de 88%, na USP chega a 85% e, na Unicamp, de 87%.
As três universidades paulistas (Unesp, USP e Unicamp) têm autonomia financeira. Elas recebem 9,57% da arrecadação do ICMS (no ano passado isso correspondeu a cerca de R$ 1,2 bilhão).
Os reitores podem administrar custeio e investimento até o limite deste orçamento.

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