São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996 |
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"Broadway repete as músicas no show"
DANIELA ROCHA
"A versão original é de Kenneth Hill, uma versão humorística do romance de Gaston Leroux que estreou na Inglaterra em 1984." Boa parte do público brasileiro que pretende ver o show que será apresentado no Olympia a partir de 30 de maio pensa que a versão que vem ao Brasil (de Ivan Jacobs) é a mesma da Broadway (assinada por Andrew Lloyd Webber). As duas versões têm trilha sonora, elenco e cenários diferentes. Segundo Jacobs, sua versão é superior porque Webber repete quatro ou cinco vezes a música-tema ao longo do espetáculo. Leia a seguir trechos da entrevista com Ivan Jacobs. Folha - Antes de vir à América Latina, "The Phantom of the Opera" esteve em turnê na Europa, certo? Ivan Jacobs - Este show está em turnê há cerca de nove anos. Folha - Então o sr. compôs sua versão para "Phantom" ao mesmo tempo que Lloyd Webber. Jacobs - Sim. Mas a primeira versão feita é de autoria de Kenneth Hill, que estreou na Inglaterra em 84. Webber recusou o convite para ver esse show e compôs sua própria versão. Folha - Por que sua versão não foi para a Broadway? Jacobs - Foi uma jogada do destino. As críticas nos EUA e na Europa afirmaram que se tivéssemos estreado na Broadway antes, Webber seria um desconhecido hoje. Mas ele tinha alguns dólares a mais que nós. Um musical na Broadway do porte de "Phantom" custa US$ 10 milhões. Folha - Qual sua opinião sobre a versão de Webber? Jacobs - É um bom show, mas diferente do meu. Folha - Qual a principal diferença entre as versões? Jacobs - Webber não conseguiu boas críticas, mas tem uma máquina publicitária poderosa. Meu show tem mais música. Não repetimos a mesma canção quatro ou cinco vezes como ele faz. Os diálogos são mais parecidos com o texto original de Gaston Leroux. Folha - O que o atraiu mais no romance de Leroux? Jacobs - Me interesso por questões morais, e peça trata da hipocrisia da sociedade francesa em 1880. A máscara é uma metáfora para esconder uma distorção. Folha - É verdade que o sr. mora em um barco? Jacobs - Sim. Tive problemas para atracar e por isso me atrasei para a entrevista. Vivo no rio Hudson, a norte de Nova York. Folha - O sr. compõe no barco? Jacobs - Sim, tenho um piano para compor no barco. Texto Anterior: Dos elogios Próximo Texto: Olympia aceita devolução de ingresso Índice |
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