| São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996 |
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Veículos são vilões das grandes cidades
VICTOR AGOSTINHO
Os veículos são os grandes responsáveis pela diminuição da qualidade de vida nos centros urbanos. Eles são os principais causadores da poluição atmosférica. Nada menos que 54% do monóxido de carbono (CO) lançado na atmosfera da Terra vêm dos escapamentos dos veículos. Isso significa cerca de 1,6 trilhão de toneladas de CO por ano. O CO, que resulta da queima incompleta do combustível, age se ligando à hemoglobina do sangue, o que impede que ela cumpra sua função de levar oxigênio para todo o corpo. O ser humano exposto em ambiente fechado por mais da 30 minutos a esse gás, que não tem cheiro ou cor, acaba morrendo por asfixia, já que os sentidos não conseguem perceber sua presença no ar. No trânsito, sente náusea e torpor. Calcula-se que atualmente existam circulando no mundo algo como 600 milhões de carros. São Paulo, segunda maior cidade do planeta, tem uma frota de 5 milhões de veículos e lança na atmosfera 1,8 mil toneladas de CO por ano. Esses números mostram a importância de discutir o trânsito e seus efeitos na Habitat 2. Os casos que serão apresentados durante a Habitat 2 revelam que as cidades têm de diminuir o transporte individual e investir em transporte de massa, de preferência sobre trilhos -os menos poluentes. "Os países mais ricos, cujos habitantes teriam condições de ter seus próprios carros, são os que oferecem melhor sistema de transporte coletivo", afirma. Swarcz diz acreditar que, nos próximos anos, haverá um caos no tráfego da cidade de São Paulo: "Atualmente, a velocidade média é de 20 km/h, mas já foi de 30 km/h dez anos atrás. Em breve, a velocidade média paulistana vai se igualar à de Bancoc (Tailândia), que é de 4 km/h. Vai ser mais rápido andar a pé", ironiza. Texto Anterior: SP registra 52 lixões clandestinos Próximo Texto: GM emprega 745 mil pessoas no mundo Índice |
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