São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Urbanização do mundo é inevitável

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A urbanização é um processo mundial e inexorável. Mais da metade da população mundial já vive hoje em centros urbanos. Até o ano 2025, os moradores das cidades serão dois terços dos 8 bilhões de pessoas que habitarão a Terra.
O aumento da população urbana aconteceu mais rápido nos países em desenvolvimento. Das 20 maiores cidades do mundo, 17 estão na América Latina, Ásia e África.
Por se tratar de nações pobres, a capacidade do governo de oferecer serviços básicos (como habitação, saneamento e transporte) não acompanhou o ritmo de crescimento da população.
Hoje, 500 milhões de pessoas não têm casa, 600 milhões vivem sem saneamento e 2 bilhões, sem energia elétrica.
Em países de industrialização recente, como Brasil e México, o processo de urbanização está ainda mais avançado. Estima-se hoje que 70% dos brasileiros vivam em centros urbanos.
O maior desafio da Habitat 2 e seu maior desafio é justamente encontrar maneiras de melhorar a vida dos habitantes das cidades, principalmente nos países em desenvolvimento. Daí a importância da realização do evento organizado pela ONU.
Frear crescimento
A urbanização das cidades não deve ser vista necessariamente como um mal, mesmo nas nações pobres. O problema é o ritmo com que se dá o crescimento dos centros urbanos.
Já se provou que a migração da população das áreas rurais para as urbanas diminui o ritmo dos crescimento populacional e ajuda a combater a pobreza. Isso acontece porque é mais caro manter uma família grande nas cidades do que no campo.
Dados da ONU indicam que a população pobre das áreas rurais tem renda dez vezes menor do que a população pobre dos centros urbanos.
O êxodo rural também ajuda o governo dos países em desenvolvimento a oferecer serviços básicos a um custo menor, já que, nos centos urbanos, a população está menos dispersa.
As cidades propiciam ainda a seus moradores atendimento médico mais rápido e acesso à informação (educação) com facilidade maior.
A recomendação da ONU é que, nas cidades com mais 7 milhões de habitantes, a taxa de crescimento anual fique sempre abaixo dos 5%.
Acima desse percentual, mesmo os governos mais eficientes não conseguem oferecer serviços básicos no ritmo de crescimento da população.

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