São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996 |
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Paulistano desconfia da limpeza dos outros
ROGERIO SCHLEGEL
Na França, por exemplo, 50% das mulheres tomam banho diário no verão. No inverno, só 28%. "O clima frio espanta os europeus do chuveiro", afirma a consultora de arte Isabella Prata, 33. "Aqui, o executivo que chega a uma reunião cheirando a falta de banho já perdeu o negócio", diz Roberto Maksoud, 41, diretor-geral do hotel que leva seu nome. Os moradores de São Paulo não mostram a mesma confiança quando o assunto é o banho do "próximo". A maioria (59%) afirma que o brasileiro cuida da higiene menos do que deveria. Percentual bem menor (11%) admite que sua própria higiene deixa a desejar. "O banho é uma imposição em nossa cultura, e as pessoas têm vergonha de dizer que desviam do chuveiro em alguns dias", acredita o arquiteto Renato de Oliveira. Superlimpos O levantamento mostrou também que existe a categoria dos superlimpos -os 10% que dizem cuidar da higiene mais do o necessário. "Em um banho, uso até nove produtos", conta a designer Karen Silveira, 29, que, de tanto gosto pelo tema, passou a desenhar acessórios para banheiros. A pesquisa Datafolha mostrou que, nessa área, as mulheres dão um banho nos homens -em geral, mais avessos aos rituais ligados a higiene e beleza. "Antes, passo óleo para evitar que a pele resseque. Durante, uso sabonete hidratante, condicionador e xampu de bebê, ouvindo música. Depois, passo um hidratante para o rosto, outro para o resto do corpo, lixo o pé, me peso e tiro minha medidas", conta a atriz Waleska Praxedes, 22. Ela toma banho duas vezes por dia. Nas duas, repete a liturgia. LEIA MAIS sobre banho da pág. 3-2 à 3-5 Próximo Texto: Gosto pelo banho diminui com a idade Índice |
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