São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Empresas lutam contra dependência química

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Prevenir e educar -para evitar a queda de produtividade e os acidentes no trabalho- são os motivos que têm levado um número maior de empresas a adotar programas de dependência química.
Eles tratam desde a prevenção ao uso de drogas até a reabilitação de quem já é dependente. O tema foi discutido no 3º Fórum Nacional sobre Dependência Química nas Empresas, realizado na semana passada, em São Paulo.
"A tendência dos programas é forte. É um ótimo sinal de que os empresários estão mais conscientes da importância de manter um ambiente de trabalho mais saudável", diz Carlos Lucena Costa, 58, gerente da divisão médica da Esso.
Segundo pesquisa realizada pelo Sesi (Serviço Social da Indústria) do Rio Grande do Sul e pelo Programa das Nações Unidas para o Controle de Drogas, 45% dos trabalhadores do Estado ingerem bebidas alcoólicas sistematicamente.
Além disso, 14% sofreram pelo menos um acidente de trabalho causado pelo consumo de drogas.
Calmante e xarope
"Há casos em que esses acidentes podem pôr em risco a vida de várias pessoas", afirma.
A pesquisa revela ainda que 70% dos trabalhadores já utilizaram algum tipo de calmante ou xarope.
Na Esso, o candidato a emprego passa por um teste para detectar o uso de drogas. Se o resultado for positivo, não é contratado.
Trabalhadores em funções de risco, como comandante de navio de transporte ou caminhão-tanque, são testados periodicamente. Os testes são analisados nos EUA.
Na Johnson & Johnson, o PAE (Programa de Assistência ao Empregado) prevê assistência ao funcionário que é dependente químico. Ele pode ser internado em clínica especializada particular, com os gastos cobertos pela empresa.
Segundo Luiz Carlos Dutra Júnior, 31, gerente de assuntos públicos, 78% dos atendidos se recuperam. Criado em 78, o programa já atendeu 400 funcionários, de um total de 4.500.
"Quem passa pelo programa tem seu nome guardado em sigilo", garante Dutra Júnior.
(CAS)

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