São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Ao amigo Bernard

TELÊ SANTANA

Há algum tempo, recebi uma carta de um garoto de mais ou menos 12 anos, chamado Bernard, que procurava manter amizade comigo.
Nas suas primeiras cartas, pedia-me permissão para ser meu "neto postiço", o que muito me emocionou.
Sempre que escrevia, Bernard falava no seu avô verdadeiro, que morava em Joinville, Santa Catarina, e que ele sempre adorou.
Nesta semana, recebi minha correspondência vinda do São Paulo, e, entre as cartas, havia uma de Bernard, dando-me a triste notícia de que, no dia 19 de abril, o seu avô, conhecido na família como Hubinho, havia morrido.
Eu -que passei também a gostar dele pelos elogios que Bernard lhe fazia- e minha família sentimos como se tivéssemos perdido um de nós.
Num momento difícil como este, sinto por Bernard, lamentando o ocorrido e colocando-me, agora, como seu avô verdadeiro, apoiado, inclusive, pelos quatro netos que tenho.
Bernard, agora, não é mais postiço, e, sim, um neto verdadeiro, que passo a ter ao lado de Camila, Mariana, Diogo e Bruno.
Envio daqui minhas condolências à família de Bernard e reafirmo que o acrescento como meu neto, o mais jovem da família.
Bernard, como gostaria de ter um neto como você!
Nos últimos dias, o futebol brasileiro perdeu dois grandes jogadores do passado, e eu, verdadeiros amigos: Danilo Alvim e Ademir Menezes, que defenderam a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950.
Danilo era um meio-campista muito técnico, um lançador e construtor de jogadas, que passava e dominava muito bem a bola.
Seu estilo se assemelhava ao do Falcão, para se ter uma referência mais recente.
Já Ademir era uma atacante impetuoso e, como Romário, tranquilo para fazer gols na hora de definir as jogadas.
Ele foi várias vezes artilheiro do Campeonato Estadual do Rio, era muito rápido e finalizava muito bem com os dois pés.
Lamento a morte desses verdadeiros craques de futebol, aquele futebol que gostamos de ver, bem jogado, sem violência e com muita técnica.

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