São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996
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Dobra o atraso nos planos de saúde

FÁTIMA FERNANDES
MÁRCIA DE CHIARA

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Inadimplência dos carnês, que costuma ser de 15%, chega a 30%, segundo a associação das empresas

O recente aumento nas mensalidades dos planos de saúde já está dobrando o número de carnês com pagamentos atrasados.
Nos últimos dois meses, a parcela dos associados que não paga em dia pulou de 15% -que é a média histórica- para 30%, segundo a Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo).
"É a maior inadimplência registrada pelo setor", diz Arlindo de Almeida, presidente da Abramge, referindo-se aos atrasos superiores a 30 dias.
Mesmo no caso de empresas em que a inadimplência estava abaixo da média histórica, os atrasos cresceram substancialmente.
É o caso da Medial, que, com 280 mil conveniados, registrou alta de 3% para 6% na inadimplência das pessoas físicas (nos convênios contratados pelas empresas, a alta foi de 5% para 8%). O cálculo, do diretor Oswaldo Marques, foi feito em relação ao faturamento, e não sobre o número de carnês.
Aumentos previstos
A inadimplência é menor nos planos das empresas que dizem que ainda não reajustaram preços.
Na Amil, por exemplo, a inadimplência é equivalente a 2% do faturamento. Mas a situação deve piorar em junho, quando entrar em vigor o reajuste de 27,73%.
"O atraso no pagamento vai ser mais notado", prevê o diretor Antônio Jorge Kropf.
A Abramge informa que a maioria dos reajustes deve ocorrer no próximo mês, quando vence a anuidade de metade dos 16,8 milhões de beneficiários do sistema. Por enquanto, os reajustes foram de até 32%, segundo a associação.
As três partes que integram o sistema de medicina de grupo continuam se culpando entre si pelo aumento das mensalidades.
Mauro Justo Cavalli, da Unimed São Paulo, diz que os reajustes são necessários porque hospitais, clínicas e laboratórios querem aumentar os preços em até 40%.
Dante Ancona Montagnana, presidente do Sindicato dos Hospitais e Santas Casas do Estado de São Paulo, diz que está orientando os hospitais para que reajustem os preços em até 25%.
Luiz Karpovas, secretário-geral da Associação Médica Brasileira, diz que os honorários estão congelados desde maio de 1995.
LEIA MAIS sobre planos na pág. 2-12

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