São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996
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Universidades planejam casa barata

DA REPORTAGEM LOCAL

Pensar soluções para o problema da habitação não será exclusividade do Habitat 2, que acontece neste mês em Istambul (Turquia).
O assunto está em pauta em universidades e empresas do país, que correm atrás de sistemas alternativos de construção. Os principais objetivos são melhorar a produtividade, baratear custos e aumentar a qualidade no setor.
"Não se podem usar soluções alternativas para tudo, mas cada solução tem sua aplicação particular", afirma José Geraldo Querido, 42, chefe do departamento de engenharia civil da Unesp (Universidade Estadual Paulista), campus de Guaratinguetá (177 km a nordeste de São Paulo).
As alternativas para a tradicional construção de alvenaria vão desde o uso do adobe (espécie de tijolo, antiquíssimo, feito de cimento e barro) até a construção em alvenaria não-armada (feita em blocos), passando pelo uso do bambu na estrutura do obra.
O bambu foi indicado pela ONU (Organização da Nações Unidas), há algumas semanas, como alternativa para construção de casas populares em países com déficit de moradias para população.
A PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica) e a Unesp-Bauru desenvolvem estudos sobre sua aplicação na construção civil.
Sem estrutura
Um dos projetos da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) permitiu a construção de uma torre de sete andares em alvenaria estrutural não-armada.
A torre, de acordo com o professor Vahan Algopyan, 44, prova que o sistema é viável. De quebra, é mais barato e demora menos para ser construído.
Segundo o professor Luiz Sérgio Franco, da USP, a parceria universidade-empresa é importante para encontrar novas soluções.
"Em geral, o setor da construção civil não possui estrutura para fazer desenvolvimento tecnológico. Não existem no mercado muitos profissionais ou empresas que trabalhem com isso", afirma.

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