São Paulo, quinta-feira, 6 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dentista diz que apanhou de Hortência

FERNANDO BARROS; ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A dentista Cibele de Oliveira, 28, 1,50 m de altura, diz ter sido agredida ontem pela jogadora Hortência Oliva, de 1,74 m, durante discussão no trânsito.
A jogadora nega a agressão (leia texto ao lado).
Cibele deu queixa no 51º distrito policial, no Butantã (zona oeste). Ontem, ela tinha escoriações na parte inferior do olho e um arranhão no peito. Iria passar por exame de corpo de delito.
A dentista não apresentou testemunhas da suposta agressão, mas a discussão entre as duas foi presenciada inclusive por um PM.
A jogadora deve ser chamada a prestar depoimento sobre o caso, registrado como lesão corporal dolosa (intencional), que tem pena de 3 meses a 1 ano de prisão.
Versão da dentista
Por volta das 13h20, Cibele estava parada com seu Twingo vinho no semáforo da rodovia Raposo Tavares, na altura da avenida Caxingui (zona oeste).
Cibele então teria saído do carro para verificar se tinha sido amassado. "Nem bem saí, Hortência me xingou, voou sobre mim e me deu dois tapões", disse Cibele.
Ela afirmou que as marcas que ontem tinha sob o olho e no peito foram feitas por Hortência. Disse também que ficou atônita com os tapas e não pensou em reagir.
O policial militar José Sebastião da Silva, que passava pelo local na hora da discussão, disse que as duas estavam se agredindo verbalmente quando chegou.
"Cibele dizia que Hortência era louca e a tinha agredido. A outra retrucava que louca era ela", contou o policial. De acordo com ele, não houve palavrões na discussão.
Segundo Cibele, Hortência disse que tinha sido "fechada" por ela e pedia que tirasse "essa porcaria" da frente, referindo-se a seu carro.
Já com o policial presente, a dentista pediu que todos fossem para a delegacia. De acordo com sua versão, Hortência ria e caçoava dela.
Segundo o soldado Silva, Hortência preferiu não ir, já que sua presença era dispensável. A jogadora deu seus dados pessoais e os do carro para o PM e foi embora.
Os carros não foram amassados.
No 51º distrito policial, a delegada Renata Maria Pannunzio registrou um termo circunstanciado, espécie de boletim de ocorrência, a partir das declarações de Cibele.
Hortência deve ser chamada a depor no Juizado Especial Criminal do Fórum de Pinheiro, em cerca de 15 dias.
Cibele, que mora nos Jardins, disse que foi à polícia por ficar "chocada" com o comportamento da jogadora. "Tinha uma boa imagem dela, mas ela foi pedante." (Fernando Barros e Rogerio Schlegel)

Texto Anterior: Ministério vai fazer auditoria em clínica
Próximo Texto: PF prende suposto membro da máfia; Polícia do Rio faz operação contra crime; Acusado de matar advogado é preso; Estudante acusada de sequestro é transferida
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.