São Paulo, sábado, 8 de junho de 1996
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Polícia identifica 3 mortos em chacina

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia identificou anteontem à noite os três mortos da 24ª chacina do ano na Grande São Paulo. A polícia ainda não tem pistas dos criminosos.
São o comerciante Abdala Ali El Hage, 25, o técnico em informática Emerson Maia, 26, e o estudante Jefferson Prates Barbosa Monteiro, 16. Eles foram baleados e seus corpos, queimados, no Jardim Valquíria (zona sul de São Paulo).
O crime aconteceu no dia 4 passado. Para o 47º DP e para a Divisão de Homicídios, que investigam o caso, a chacina foi uma vingança ou um roubo.
Hage tinha uma revenda de automóveis, e Maia vendia computadores. Monteiro ajudava o pai na oficina mecânica da família e cursava a primeira série do 2º grau.
Os três, segundo seus familiares, eram amigos. Hage e Monteiro conheciam-se havia dois anos e moravam no mesmo bairro.
Saveiro
Horas antes do crime, Maia passou na oficina dos Monteiro e convidou o estudante e Hage para sair. Foi a última vez que foram vistos vivos. Eles saíram na Saveiro de cor vinho, placas FAR-1926, de propriedade de Hage.
O carro não havia sido localizado pela polícia até as 20h de ontem. A Divisão de Homicídios desconfia que os assassinos roubaram a Saveiro e os documentos das vítimas.
Antes de serem mortos, os criminosos amarraram os pés e as mãos dos três com esparadrapos. O adolescente foi o único que teve a boca e os olhos tampados por esparadrapos pelos assassinos.
A polícia ainda não tem testemunhas do crime. Alguns moradores do Jardim Valquíria disseram apenas que ouviram tiros e depois viram um clarão e ouviram novos tiros. Ninguém viu os criminosos ou o carro usado na fuga.
As vítimas foram enterrados ontem. Hage, que é muçulmano, foi sepultado em Guarulhos e Monteiro, no cemitério da Vila Mariana (zona sul). Não foi divulgado o local do enterro de Maia.
Mortes
Até ontem, 85 pessoas já haviam sido mortas e seis feridas nas 24 chacinas do ano na Grande São Paulo. No mesmo período de 1995, haviam acontecido 20 chacinas.
A polícia diz já ter esclarecido oito casos. Apenas dois deles tiveram seus inquéritos concluídos. Ao todo, 19 pessoas foram identificadas como autoras desse oito crimes, 14 delas já foram presas. A maioria das chacinas aconteceu nas zonas sul e leste de São Paulo.

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