São Paulo, domingo, 9 de junho de 1996
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Pescador de 87 anos conta o caso

DA REPORTAGEM LOCAL

Raimundo Clemente da Silva, 87, morador de Benjamin Constant (oeste do Amazonas) estava procurando ovos de tartaruga com a mulher na madrugada do dia do "fim do mundo". No início da manhã viu uma "bola de fogo azulada" passar diante da Lua, que ainda era visível, e muita fumaça. Não escutou estrondo algum, nem o ruído sibilante, ensurdecedor, que fizeram as crianças ouvidas por Alviano correrem para suas casas aos gritos de "mãe, mãe".
Silva foi encontrado pelo pesquisador Ramiro de La Reza e seus colegas por meio de um funcionário da Infraero de Tabatinga (AM), Antônio Maia Costa, que também cuida dos instrumentos do Observatório Nacional na região. Os relatos de Silva eram considerados histórias de pescador em sua cidade. Costa lembrou dos "causos" e o contou aos cientistas. Reza fez um vídeo com Silva, que será mostrado em um encontro científico.
"Foi um relato poético, que bateu em várias partes com o texto de Alviano. Ele também falou de 'uma sensação de fim de mundo', mas não sentiu o tremor de terra. Deve ter sido porque ele estava no rio, numa canoa", diz Reza.
O pesquisador fez uma reconstituição do céu no momento em que os meteoritos teriam caído. Segundo Reza, o depoimento do pescador coincide com seus cálculos. Outra coincidência significativa seria o fato de o pico da chuva de meteoros Perseídeos ter ocorrido justamente no dia do "fim do mundo" no Amazonas.

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