São Paulo, domingo, 9 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

China faz teste subterrâneo e diz que vai aderir a moratória

Governo diz que última explosão será feita até setembro

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A China realizou um novo teste nuclear subterrâneo e anunciou que vai aderir à moratória internacional contra explosões nucleares depois de setembro. Antes disso, o governo chinês pretende realizar mais uma explosão.
O teste ocorreu no campo de provas de Lop Nor, em área deserta da Província de Xinjiang, noroeste do país, às 10h56 (23h56 de anteontem no Brasil). É a 44ª explosão em Lop Nor desde 1964.
"Antes de setembro deste ano, a China fará outro teste nuclear para garantir a segurança de suas armas nucleares. Depois disso, adotará uma moratória nos testes nucleares", afirmou um comunicado da chancelaria chinesa.
O teste provocou um abalo de 5,7 graus na escala Richter, segundo centros sismológicos da Austrália. Moradores de Xinjiang disseram ter sentido o tremor, que durou cerca de meio minuto.
A China é a única das cinco potências nucleares declaradas que ainda não interrompeu os testes. Os outros países são Estados Unidos, Rússia, Reino Unido e França.
"Em nome dos supremos interesses do Estado e da nação, a China não pode deixar de realizar o número mínimo necessário de testes nucleares", afirmou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores em Pequim.
Diplomatas disseram que a China já se comprometera a suspender os testes, mas só após completar um programa de explosões para desenvolver seu arsenal nuclear e melhorar o sistema de defesa.
O governo chinês alega que seu arsenal nuclear é pequeno e que fez menos testes que os outros países.
A explosão foi condenada pelos governos de Japão, Austrália, Alemanha e pelo Greenpeace.
Na quinta-feira, o representante chinês na Conferência de Desarmamento de Genebra afirmou que a China renunciaria à reivindicação do direito de realizar explosões nucleares "pacíficas".
A proposta foi feita sob a condição de que o tratado que proíbe testes nucleares, discutido em Genebra, seja revisado em dez anos.

Texto Anterior: Hungria descobre rede de pornografia infantil; Clinton decide fazer visita a San Francisco
Próximo Texto: China faz teste e diz que adere a moratória
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.