São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996 |
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Líderes avaliam que a base governista está cansada Aliados do Palácio do Planalto tentam conter nova rebelião MARTA SALOMON; DANIELA PINHEIRO; DENISE MADUEÑO
Ao final de reunião realizada ontem na casa do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), os líderes concluíram que chegarão às eleições de outubro com apenas a reforma da Previdência votada pelos deputados. "Não é tão importante que terminemos o trabalho antes das eleições municipais", resumiu o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos). As reformas tributária e administrativa deverão mesmo ficar para o final do ano. Empenhados em melhorar a imagem dos parlamentares, os líderes tiveram de contornar nova ameaça de rebelião dos aliados. O líder do PPB, deputado Odelmo Leão (MG), informou da confusão provocada pela notícia de que os cortes no Orçamento da União atingiriam as emendas propostas pelos governistas. "É boato para desagregar a nossa base", reagiu o líder do governo, Benito Gama (PFL-BA). José Aníbal (SP), do PSDB, não garante que as propostas dos aliados serão mantidas intactas no Orçamento. Traumas Os líderes avaliam que a base governista está "traumatizada" com o longo processo de votação da reforma do sistema de aposentadorias. O remédio, concluíram, é mudar as regras de votação das emendas constitucionais e bloquear o excesso de destaques apresentados pela oposição. "O plenário está com tanta raiva de votar os Destaques para Votação em Separado, que vai aprovar a alteração. Ninguém suporta mais essa tortura", disse o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE). O líderes governistas estão convencidos de que as ausências no plenário também conspiram contra a base do Planalto. A solução acertada atingirá os bolsos dos faltosos, cerca de 47, que andam criando problemas para a articulação política do governo. Luís Eduardo está aperfeiçoando fórmulas para pegar de surpresa os deputados que batem o ponto e deixam o plenário sem votar. Os líderes governistas se comprometeram a votar a favor da proposta da líder do PT, Sandra Starling (MG), de extinguir Instituto de Previdência dos Congressistas, para melhorar a imagem do Congresso. (MARTA SALOMON, DANIELA PINHEIRO e DENISE MADUEÑO) Texto Anterior: Imperialista enrustido Próximo Texto: Cortes no Orçamento esvaziam Câmara Índice |
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