São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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Mitos atrapalham tratamento

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Uma série de mitos faz com que muitas mulheres abandonem o tratamento de reposição hormonal alguns meses após o seu início.
Segundo Nilson Roberto de Melo, 50% das mulheres americanas e 60% das mulheres européias param de tomar hormônios seis meses depois de iniciar o tratamento.
O principal temor é o risco de câncer de endométrio (revestimento do útero) e de mama.
Estudos recentes têm demonstrado que, com os esquemas atuais de reposição hormonal, que combinam estrógeno e progesterona, o risco de câncer de endométrio não aumenta.
A progesterona funciona como protetora da parede interna do útero. Também não aumenta o risco de câncer de mama nas mulheres que tomam hormônios por cinco anos.
Os trabalhos que estudam o uso dos hormônios por mais de 15 anos divergem quanto aos resultados. Alguns dizem que não aumenta o risco de câncer de mama. Outros dizem que existe um risco relativo de 30%.
Isso significa que, se em cem mulheres que não tomam hormônio, dez desenvolvem a doença, em cem mulheres que fazem reposição, 13 podem ter câncer.
Melo diz que uma metanálise (checagem de todos estudos disponíveis) ponderou que não há aumento no risco.
Ele afirma que há pesquisas que mostram que, mesmo em mulheres que já tiveram câncer de mama, a reposição hormonal não causou aumento da reincidência.
(JB)

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