São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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Schumacher se torna o 'capo' da Ferrari

DA REPORTAGEM LOCAL

Se está cada vez mais difícil duvidar da habilidade de Michael Schumacher nas pistas, fora delas seu talento não parece ser menor.
E o novo bico alto de sua Ferrari, cuja estréia em corrida acontece hoje, no GP do Canadá, é apenas a consequência visível de uma verdadeira sublevação capitaneada pelo alemão dentro do time.
A oitava etapa do Mundial-96 de F-1 tem largada prevista para as 14h (de Brasília, com TV). E não marcará apenas o fim da primeira metade da temporada.
A prova em Montreal deve determinar também o final de um período de caos ferrarista, que afastou a escuderia dos títulos.
O que muitos duvidavam que pudesse acontecer, a ordem germânica de Schumacher superar a bagunça italiana, virou norma.
E o último lance dessa transformação ocorreu no último mês.
Schumacher convenceu os técnicos italianos de que o modelo F310 pecava pela configuração aerodinâmica dianteira.
O projetista John Barnard, que no início da temporada surpreendeu ao lançar o carro com um bico curvado para baixo, apelidado de "Concorde", foi contra.
Schumacher, por sua vez, foi intransigente. E, aliado ao diretor esportivo Jean Todt, persuadiu o presidente Luca de Montezemolo: alterar o projeto no meio da temporada era o caminho mais rápido para o título.
Em resumo, trocaria-se um empreendimento mirabolante pela receita básica, adotada por todas as equipes. A diferença, quem faria, seria o próprio Schumacher.
O bico alto não deve produzir milagres, como o piloto mesmo disse na sexta-feira.
Mas deixou claro quem manda no time. Schumacher, agora, corre atrás do tricampeonato.

NA TV - Globo, ao vivo, 14h

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