São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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Mudanças na Polônia atingiram também os estaleiros de Gdánsk

The Independent
de Londres

ADRIAN BRIDGE

Uma bandeira hasteada por trabalhadores em greve em Gdánsk (Polônia) na semana passada carregava um slogan simples: "Comunas, tirem as mãos do estaleiro".
Era uma perfeita expressão da ironia da situação. Por um lado, os grevistas, sob a bandeira do sindicato Solidariedade, acusavam a decisão de fechar o estaleiro de ser politicamente motivada: o último feito de um governo formado pelos sucessores do Partido Comunista, que o sindicato combateu com eficácia.
Ao mesmo tempo, apesar do slogan "tirem as mãos", os grevistas estavam pedindo para o governo meter as mãos no bolso e salvar o estaleiro de problemas.
Ironicamente, os trabalhadores de Gdánsk são vítimas das forças de mercado, para cuja libertação foram tão importantes.
A decisão de forçar o estaleiro a pedir falência sublinha a extensão das mudanças pelas quais passa a economia da Polônia desde 1989.
Apesar da sua reputação de oposição e dissidência, o estaleiro sempre foi um dos carros-chefes da economia polonesa e exemplificava a ênfase na indústria pesada e em manufaturas através de todo o bloco do Pacto de Varsóvia.

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