São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996
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Tuma quer cargos para apoiar Serra

FÁBIO SANCHEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

As conversas entre o PSDB de José Serra e o PSL, partido do senador Romeu Tuma, visando o apoio ao tucano na eleição municipal de São Paulo envolve a possibilidade de Tuma indicar pessoas para ocupar cargos no governo paulista.
A Folha apurou junto à coordenação da campanha tucana que o PSL ofereceu-se para ocupar alguns cargos no Estado na área de segurança pública, na qual se baseia grande parte do programa e das propostas do partido.
Os tucanos passaram toda a semana passada sem dar uma resposta, argumentando que o governador Mário Covas estava fora do país (ele retornou anteontem de uma viagem à Europa).
Além de conversas entre o próprio Serra e Tuma, a Folha apurou que também houve várias reuniões que trataram desse assunto entre o vice-governador Geraldo Alckmin e Antônio Carlos Ferencini, da direção do PSL.
Na noite de sábado, durante o casamento da filha do ministro da Educação, Paulo Renato Souza, o senador do PSL queixou-se a demora de uma resposta do PSDB.
"Já me reuni várias vezes com o Covas, com o Alckmin, com o Serra. Já não sei mais com quem falta conversar", disse Tuma irritado. Ele negou que a colocação de integrantes do PSL em cargos no governo estadual fizessem parte das conversações.
Tuma disse estar sendo pressionado pelo seu partido para se lançar candidato a prefeito.
O senador afirmou ainda que "o PSDB quer ver estourar o prazo para registro da minha candidatura. Isso interessa mais a eles do que me ver apoiando o Serra"
Seu filho Rogério Tuma, que também participa das negociações, disse à Folha na sexta-feira que a maioria do PSL quer lançar a candidatura de seu pai, mas mudaria de idéia se os tucanos oferecessem espaço na administração estadual.
"Se o PSDB quiser que apoiemos o Serra, tem de nos apresentar uma proposta que garanta a ação do PSL e nos permita mostrar serviço", disse Rogério.
Ele garantiu, entretanto, que ainda não haviam falado em cargos, mas apenas em questões programáticas do partido.
"Eles (os tucanos) têm de nos dar garantias de que poderemos aplicar nosso programa", disse.
O deputado federal Robson Tuma, também filho do senador, seria um nome indicado pelo PSL para ocupar o lugar de candidato a vice-prefeito na chapa de Serra, mas foi vetado pelo PSDB.
O PSL tem 40 prefeitos no Estado de São Paulo, e quer duplicar esse número nas eleições deste ano.

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