São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996 |
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Cliente faz o controle
MARCELO CHERTO É muito comum ouvir franqueadores reclamando que em países como o Brasil, onde o hábito de sonegar impostos está arraigado na cultura de boa parte dos comerciantes varejistas, fica difícil controlar o faturamento de cada franquia, para efeito de apuração dos royalties devidos.Pois a franqueadora americana Mrs. Field's Cookies, que produz e comercializa biscoitos, encontrou não uma, mas duas formas de fazê-lo. Para isso, criou um sistema informatizado de gestão de loja que facilita a vida do franqueado, especialmente no que se refere ao planejamento das vendas e da produção. O sistema chega a definir as quantidades de cada ingrediente que devem ser utilizadas em determinado dia, de modo a evitar que ocorram desperdícios e que o franqueado perca vendas por falta de produto acabado. Para que o sistema possa funcionar de modo eficaz, o franqueado (ou o gerente da loja) precisa informar, diariamente, um certo número de variáveis, entre as quais a temperatura, o nível de umidade do ar, a quantidade de cada item vendida no dia anterior e mais umas outras tantos. Com esses dados em mãos, fica fácil para a franqueadora estimar o faturamento da loja. O franqueado percebe o sistema como um benefício. E não como um ônus. A Mrs. Field's utiliza outro mecanismo de controle, que descobri quando entrei numa franquia da rede em Boston. Junto ao caixa, havia um cartaz que dizia mais ou menos o seguinte: "Prezado cliente, se o atendente não lhe entregar o recibo/cupom de venda, você não precisa pagar pela mercadoria que comprou." Transformaram cada cliente num fiscal da franquia. Texto Anterior: Os reais limites da estabilização no Brasil Próximo Texto: Os fundos na hora da verdade Índice |
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