São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996
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Intérprete elogiou Jorge Benjor

CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ella Fitzgerald esteve apenas duas vezes no Brasil. Na primeira visita, em 1960, liderou uma pioneira turnê pela América Latina. Sua orquestra incluía o guitarrista Jim Hall e o trompetista Roy Eldridge, entre outros jazzistas.
Interessada pela então nascente bossa nova, a cantora passou a incluir em seu repertório clássicos do gênero, como "Garota de Ipanema", "Samba de Uma Nota Só" e "Wave".
Na segunda turnê pelo país, em 1971, Ella chegou a cantar "Mas Que Nada", de Jorge Ben (Jor), a quem elogiou em entrevistas. Outro brasileiro que chamou sua atenção foi Ivan Lins. Na volta aos EUA, gravou "Madalena".
Apesar desse antigo envolvimento com a música brasileira, só mesmo em 1980 é que Ella decidiu gravar um álbum dedicado exclusivamente às composições de Tom Jobim: "Ella Abraça Jobim" (selo Pablo), que a BMG Ariola relançou há pouco em CD.
Com participação dos brasileiros Oscar Castro-Neves (violão) e Paulinho da Costa (percussão), ao lado dos jazzistas Toots Thielemans (harmônica) e Zoot Sims (sax), Ella revisitou 17 canções de Jobim, incluindo "Triste", "Dindi" e "Vivo Sonhando".
Cinema
Além de ter suas gravações incluídas em várias trilhas sonoras, Ella Fitzgerald também chegou a atuar como atriz de cinema.
Disponível em locadoras brasileiras, o policial "Taverna Maldita" (Pete Kelly's Blues", 1955), dirigido pelo ator Jack Webb, tem Ella como uma cantora que interpreta a canção-título do filme.
A estréia da cantora nas telas se deu na comédia "Rideém Cowboy" (1941), estrelada pela dupla Abbot e Costello. Na verdade, o papel nada glamouroso de uma criada foi entregue a Ella como pretexto para que ela cantasse seu sucesso "A-Tisket A-Tasket".
Bem mais curiosa foi a última aparição da cantora no cinema. No melodrama "Let No Man Write My Epitaph" (1960), de Philip Leacock, Ella interpretou o papel de uma cantora viciada em drogas.
Algo inesperado para quem, como ela, jamais se dedicou a outros vícios que não os do trabalho excessivo e o da comida.
(CC)

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