São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996
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'Uma tremenda perda', diz Clinton

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A morte de Ella Fitzgerald foi notícia de primeira página em todos os jornais importantes dos EUA ontem e ocupou os principais segmentos dos telejornais de sábado e domingo de manhã.
O presidente Bill Clinton, saxofonista amador e conhecido apreciador de música popular, declarou estar "profundamente entristecido" pela morte da cantora.
"O mundo do jazz e o país sofreram uma tremenda perda com a morte de alguém com tanta graça, talento e classe", afirmou o presidente norte-americano.
O ator, compositor e músico Mel Tormé, 71, disse que Ella foi "a melhor cantora do planeta". Tormé disse ainda que "sua perda é irreparável".
O cantor Tony Bennett, 69, definiu Ella como "a dama que nos ensinou a todos a cantar".
No Hollywood Bowl, anfiteatro em Los Angeles, costa oeste dos EUA, que sedia um festival de jazz anual que este ano aconteceu no fim-de-semana passado, um cartaz foi colocado com a inscrição "Ella, nós vamos sentir sua falta".
O jornal "The New York Times" afirmou em sua edição de ontem que Ella tinha 79 anos, não 78, como quase todos os seus biógrafos dizem. Segundo o jornal, documentos de escola mostram que Ella nasceu em 1917, não em 1918, como aparece na maior parte das enciclopédias.
Comunidade negra Diversas das reportagens sobre a cantora publicadas ontem recordaram fato pouco divulgado: em 1954, Ella processou a empresa aérea Pan American por ter sido substituída, com duas amigas também negras, por três passageiros brancos numa escala na rota Sidney-Nova York.
Ella ganhou a ação e o respeito da comunidade negra numa época em que o movimento pelos direitos civis nos EUA ainda estava em fase incipiente.
A família de Ella ainda não divulgou os detalhes sobre seu enterro, marcado para esta semana.
A porta-voz Andrea Hecht afirmou que "Ella era uma pessoa com grande sentido de privacidade e sua família quer que esse traço de sua personalidade seja respeitado depois de sua morte".

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