São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996 |
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Brasil, Paraguai e Chile tiraram 'lascas' do território boliviano Conflitos com vizinhos deixaram país sem borracha e litoral MARIJÔ ZILVETI
A conspiração é a alma do negócio. Sempre. Afinal, nos primeiros 148 anos de nação independente, o país passou por 188 revoluções. Houve presidentes ditadores e, hoje, um civil governa o país. Alguns historiadores dividem a história da Bolívia em quatro épocas: tempos primitivos (da origem à conquista espanhola); da conquista até a colonização (1492 a 1809); a guerra da independência (1809-1825) e a república (de 6 de agosto de 1825 aos dias de hoje). O Império Inca é marcado por lendas. As mais aceitáveis são contadas pelos aimarás, que têm costume e idioma semelhantes aos de seus antepassados. Mas foi ao se tornar independente que a Bolívia perdeu seu litoral, na Guerra do Pacífico (1879-83). Além da região costeira, perdeu metade do território que tem hoje. O ano de 1903 foi marcado pela perda da exploração da borracha, quando o Acre foi cedido ao Brasil. Outro conflito marcou mais a Bolívia. A Guerra do Chaco (1932-35) envolveu o Paraguai na disputa por essa planície povoada por bolivianos e paraguaios. Na opinião de especialistas, a Guerra do Chaco foi a prova de que a oligarquia abriu mão de interesses nacionais em benefício dos "barões do estanho", que se recusaram a pagar impostos e a liberar divisas para a defesa do país. "Barões do estanho" virou uma expressão e sinônimo da velha ordem e de empresas como a Patiño. As condições de trabalho sempre foram miseráveis, e os salários, de fome. A expectativa de vida entre os mineiros é inferior a 30 anos. Hoje, o presidente "Goni", como é chamado Goni Lozada, privatizou as minas para empresários chilenos e enfrenta esquerda e direita por ter vendido a quem lhe tirou o mar. Texto Anterior: Beleza de Chapare fica pelo caminho Próximo Texto: Passeio a Chacaltaya é aventura perigosa Índice |
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