São Paulo, terça-feira, 18 de junho de 1996
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Anistia faz registro das violações

IGOR GIELOW
DE LONDRES

Com a maior exposição de casos de conflitos de terra e chacinas em cidades, o Brasil diversificou sua presença no relatório anual da Anistia Internacional, entidade pró-direitos humanos com 1,1 milhão de voluntários em 170 países.
O balanço mundial de 1995, que vê violações contra direitos humanos em 146 países, será lançado hoje de manhã em Londres.
Até o relatório do ano passado, as principais violações registradas no Brasil versavam sobre violência policial, extermínio extra-judicial, casos de "desaparecimento" e denúncias de tortura em estabelecimentos policiais e penais.
No relatório de hoje, as chacinas da Grande São Paulo e o conflito de Corumbiara (RO) aumentam o rol de problemas -além de um caso de "prisioneiro de consciência" (pessoa presa pelo que pensa).
O "prisioneiro de consciência" brasileiro é Antônio Batista de Macedo, seringueiro e ecologista do Acre condenado em setembro a 16 meses de prisão. Solto sob condicional, teve sua pena trocada por dois anos de serviço comunitário.
O governo FHC recebe menção como aberto à discussão das questões. É elogiado pelo reconhecimento de 136 desaparecidos durante o regime militar.
Em relação aos problemas ditos "antigos", é vista como positiva a redução no número de pessoas mortas por policiais militares em São Paulo. Porém, o surgimento do fenômeno das chacinas é apontado como sinal de uma política de segurança ineficiente e não-humanitária.
São citados também casos de coação de testemunhas como Wagner dos Santos (Candelária) e Caio Ferraz (Vigário Geral).

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