São Paulo, terça-feira, 18 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Elena Landau pede para deixar o BNDES

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A diretora de Privatização do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Elena Landau, anunciou ontem que está deixando o cargo "por motivos pessoais".
Ela afirmou que sua saída não altera o programa de privatização.
Landau disse que entregou sua carta de demissão ao presidente do banco, Luiz Carlos Mendonça de Barros, no dia 3, dois dias antes de Antonio Kandir assumir o Ministério do Planejamento, ao qual está subordinado o BNDES.
Segundo Landau, sua saída não tem nenhuma relação com a chegada de Kandir. Ela disse que tinha um acordo com o ex-ministro do Planejamento José Serra para deixar a diretoria do BNDES após a privatização da Light. A empresa foi vendida no dia 21 de maio.
Landau disse que sempre teve boas relações com Kandir, "desde os tempos de academia", e que ficará no cargo o tempo que o ministro considerar necessário para encontrar seu substituto.
A diretora do BNDES tornou pública sua demissão durante palestra promovida no Rio pelo Ibef (Instituto Brasileiro dos Executivos Financeiros).
Perguntada se confirmava os rumores de que estaria demissionária, Landau respondeu que sim.
Landau está no BNDES desde setembro de 1993, quando foi admitida como assessora especial do ex-presidente do banco Pérsio Arida. Em janeiro de 94 foi nomeada diretora de Privatização.
Landau enfrentou críticas sobre a suposta lentidão nas privatizações. Ontem, Landau repetiu que as privatizações não estão lentas e que têm ritmo ditado pelas medidas de ordem prática e legal.
"Pequenas Vales"
A diretora demissionária do BNDES para a área de privatização, Elena Landau, disse ontem que o governo vai usar o dinheiro arrecadado com a venda da Companhia Vale do Rio Doce para criar "pequenas Vales".
A idéia, segundo ela, é aplicar a arrecadação em projetos de infra-estrutura, como a construção de "complexos logísticos".
Para Landau, esses investimentos terão um efeito multiplicador em termos de geração de empregos e de atividade econômica maior que a manutenção do controle da Vale, que continuaria existindo após a privatização.
O BNDES adiou ontem a venda da participação estatal na Deten Química S.A, por falta de interessados em participar do leilão.

Texto Anterior: MST faz ato contra massacre em Belém; Ex-presidente do BB pode ser denunciado; Cresce a participação do governo no banco; Ministro promete rigor nas novas concessões; Banco de Brasília quer comprar Bemat; Índios invadem posto da Funai em Rondônia
Próximo Texto: Adversários elogiam campanha do PT
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.