São Paulo, terça-feira, 18 de junho de 1996
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PPB e PSDB têm análises parecidas

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Luiza Erundina (PT) está num caminho cuidadoso e correto, José Serra (PSDB) enfrentará dificuldades crescentes para continuar subindo nas pesquisas e Celso Pitta (PPB), para ter chances de conquistar a prefeitura paulistana, precisa alcançar ao menos 17% antes de começar a campanha na TV.
Essa é a avaliação que integrantes da cúpula malufista fazem das últimas pesquisas de opinião, inclusive da do Datafolha. Em vários pontos a análise coincide com a de caciques tucanos.
Os compromissos assumidos pela candidata do PT de continuar obras iniciadas por Paulo Maluf (PPB) e uma suposta "mudança de cara e de discurso" de Erundina são elogiados por pepebistas.
Para eles, ela está "mais calma" e com uma proposta inteligente ao prometer não parar obras como o Projeto Cingapura (habitação). Em parte, os elogios malufistas se devem à preferência de enfrentar a petista num eventual 2º turno.
Dirigentes do PSDB também se declaram surpresos com a "firmeza" da posição de Erundina nas pesquisas (na faixa dos 30%). Os tucanos notam que a petista tem evitado temas espinhosos, como a greve geral.
Rejeição
Apesar de o Datafolha indicar vantagem da petista contra qualquer candidato num 2º turno, tanto tucanos como malufistas acham que a sua alta rejeição (40%) a transforma no adversário mais fácil de derrotar nessa fase.
A necessidade de Pitta sair do patamar atual num curto espaço de tempo também é consenso entre tucanos e malufistas.
Para ambos, se o candidato de Maluf "ficar patinando" na faixa dos 10%, suas chances caem muito.
No PPB, a avaliação é que o principal obstáculo do candidato do partido é o fato de ele ser pouco conhecido. "Vamos ter que expô-lo de todas as formas, nem que seja para lutar com um jacaré na praça da Sé", brinca um pepebista.
Na visão dos partidários de Maluf, o problema de Serra é outro, quase oposto ao de seu candidato.
Eles acham que, por ser muito conhecido, o tucano subiu rapidamente, mas que, agora, enfrentará a síndrome do alpinista: quanto mais alto se chega, mais rarefeito fica o ar e mais difícil a escalada.
No PSDB a análise vai no mesmo sentido.
Acham que o ex-ministro ainda não chegou ao seu teto, mas concordam que os pontos serão mais suados -não só para ele, mas para todos os candidatos.

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