São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996
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Usinas querem trocar açúcar pelo álcool

DA FOLHA NORDESTE

A safra de cana-de-açúcar no Brasil este ano deverá ser 8% maior que a de 95, atingindo 270 milhões de t, segundo dados da AIAA (Associação das Indústrias de Açúcar e de Álcool).
A entidade prevê que a maior parte dessa colheita deverá atender à demanda interna por álcool combustível.
No ano passado, a safra brasileira totalizou 250 milhões de t, o que resultou na produção de 12,4 milhões de t de açúcar e 12,5 bilhões de litros de álcool.
"As condições climáticas favoráveis devem contribuir para o aumento da safra este ano", diz o empresário Cícero Junqueira Franco, diretor da AIAA.
Segundo ele, a colheita de cana da região de Ribeirão Preto deve acompanhar o crescimento estimado para o resto do país.
A região é responsável por cerca de 27% da produção nacional.
Para a Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, a colheita de cana no Estado não deverá crescer os 8% estimados pela AIAA para o país, ficando praticamente no mesmo nível do ano passado.
Regina Junco, técnica da secretaria, diz que a produção de cana-de-açúcar deverá passar de 174,1 milhões de t colhidos em 95 para 175,6 milhões de t este ano, um crescimento de cerca de 1%.
A técnica confirma que o crescimento, mesmo pequeno, está relacionado às condições climáticas favoráveis, já que a área plantada no Estado cresceu apenas 0,4%.
Segundo estimativas da AIAA, a produção de álcool no país deve aumentar 11,2%.
A produção de açúcar, informam os usineiros, ficará no mesmo nível do ano passado, assim como sua exportação.
Menos açúcar
Marcelo Carolo, diretor da Açucareira Carolo, afirma que muitos produtores ficaram desestimulados a exportar por causa da queda dos preços internacionais.
"Os preços do açúcar hoje no mercado externo estão menos atraentes que os do mercado interno", diz.
"Além disso, muitas empresas poderão deixar de fabricar açúcar este ano para se dedicar à produção de álcool anidro."
A queda do preço do açúcar no mercado internacional nos últimos dois meses fez com que o produtor Jairo Balbo desistisse de exportar o produto este ano.
Balbo é diretor da Usina São Francisco, em Sertãozinho (330 km a noroeste de São Paulo).

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