São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996
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Punhal nas costas; Mágica dos números; Ver para crer; O professor; Efeito Sucatão; Morde e assopra; Salto triplo; Pelas beiradas; Vara curta; Paternidade esclarecida; Ouvidos moucos; Agora, vai; Caiu da cama; Quero mais; Pressão interna

Punhal nas costas
A reunião de líderes no Planalto hoje vai começar mal. PMDB e PSDB reclamam de uma manobra do PFL, ontem, para tentar acabar com o teto de dez mínimos na Previdência. "O Inocêncio embaraçou os líderes e melou a votação", diz um tucano.

Mágica dos números
A Merril Lynch, corretora americana, não está tão otimista quanto o presidente FHC sobre o crescimento do PIB brasileiro. Prevê taxa de 3% para 1996 e de 4,5% para 97.

Ver para crer
Serjão recebeu ontem Susumu Kondo, diretor do Eximbank (banco oficial que financia exportação e importação). Ouviu o que queria. Promessa de que, após a privatização das telecomunicações, as empresas japonesas desembarcarão no Brasil.

O professor
No Planalto, avalia-se que a equipe econômica deveria aprender a defender o Proer como FHC fez anteontem para estagiários da Escola Superior de Guerra. Acredita-se que o governo perdeu a batalha da comunicação nesse assunto.

Efeito Sucatão
No primeiro trimestre deste ano, FHC recebeu 49,4% menos cartas do que no mesmo período de 95. Em compensação, choveram mensagens do exterior. Os campeões foram os espanhóis, americanos e suecos.

Morde e assopra
Nos três primeiros meses de 96, caiu o número de cartas do exterior com denúncias sobre os problemas brasileiros. Chegaram 171. Foram 17.745 no primeiro trimestre do ano passado. As críticas, porém, aumentaram 238,8% no mesmo período.

Salto triplo
Nos meios jurídicos, o vice de Pitta (PPB) em São Paulo, o desembargador aposentado Régis de Oliveira, está sendo chamado de "Régis do Pulo": "Ele começou no PSDB, pulou para o PFL e acabou com Maluf", disse um de seus colegas de toga.

Pelas beiradas
O PMDB de Minas deve apoiar o candidato do PSB, Célio de Castro, a prefeito de Belo Horizonte. É a primeira articulação de Itamar Franco para se credenciar junto à esquerda como alternativa presidencial para 1998.

Vara curta
A maioria ruralista da Comissão de Agricultura não terá como atrasar a votação da lei do rito sumário. Luís Eduardo Magalhães (PFL) deu 15 dias para que ela se manifeste. Depois, despacha o assunto para o plenário.

Paternidade esclarecida
Foi o PFL que convenceu FHC a deixar a emenda da reeleição para o segundo semestre. Quis impedir que Maluf concorresse a um novo mandato em São Paulo. O partido avalia que boa parte do PPB apoiará a emenda.

Ouvidos moucos
É impossível convencer os deputados do PFL a apoiar a CPMF do ministro Jatene. Tentou-se de tudo. Até lembraram que, no Senado, a bancada fechou questão a favor do novo imposto para a Saúde.

Agora, vai
Wigberto Tartuce (PPB-DF) é candidato a presidente da Câmara. Os deputados ganhariam por produtividade. Teriam uma semana de trabalho e outra de folga. Quer acabar com os líderes. "Não sou empregado deles."

Caiu da cama
Francisco Rossi, candidato do PDT em São Paulo, vai apelar para o voto útil para tentar barrar sua queda nas pesquisas. Se apresentará ao eleitorado de Serra (PSDB) e Pitta (PPB) como o único capaz de bater o PT.

Quero mais
O vice-governador paulista Geraldo Alckmin pena para fechar o acordo com o PSL de Romeu Tuma. A coisa emperra quando a discussão é sobre quantos vereadores o senador poderá indicar na coligação.

Pressão interna
A bancada tucana da Assembléia paulistana quer que o deputado estadual Vanderlei Macris (PSDB) assuma a secretaria da Habitação, vaga após o racha com o PFL. Covas gostou da idéia, mas pediu um tempo.

TIROTEIO
De José Genoino (PT-SP), sobre o estado de ânimo dos deputados federais:
- Baixou no Congresso uma inapetência que é muito ruim para a democracia. Nem com reza brava o deputado vem votar.

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