São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996
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Custos superam disputa pelo Estado

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

As estimativas preliminares feitas pelos tesoureiros eleitorais revelam que os candidatos à Prefeitura de São Paulo irão gastar mais do que as campanhas para o governo do Estado, em 1994.
O comitê financeiro do candidato do PPB, Celso Pitta, fechou anteontem orçamento oficial que aponta despesas entre R$ 10 milhões e 12 milhões. É a maior estimativa de custos feita até agora.
"É um orçamento dentro da realidade, sem ficção", diz o empresário Jorge Yunes, que vai comandar oficialmente a arrecadação do PPB. Ele é presidente do comitê de finanças do partido.
Caso cumpra o seu teto, o PPB terá mais despesa com o seu candidato do que o PSDB gastou com a vitoria de Mário Covas para o governo paulista. Em 94, o tucano declarou ter gasto R$ 10,3 milhões em sua campanha.
Segundo tradicionais tesoureiros de eleições, o que está ocorrendo com as estimativas de gastos para a prefeitura é simples: os comitês trabalham com números mais realistas do que as declarações "oficiais" de custos da campanha para governador.
Rossi
O candidato do PDT, Francisco Rossi, que gastou oficialmente R$ 1,9 milhão na sua campanha ao governo estadual, pode ter uma despesa este ano de até R$ 6 milhões, de acordo com estimativas preliminares feitas no seu comitê.
O PT estima um custo de R$ 4,6 milhões para a corrida de Luiza Erundina à prefeitura. O partido informou ter destinado R$ 1,1 milhão na candidatura de José Dirceu ao Palácio dos Bandeirantes.
No comando da campanha de José Serra (PSDB) ainda não existe um plano fechado dos gastos, segundo informou a sua assessoria.
A Folha apurou, junto a empresários ligados a Serra, que a campanha terá um orçamento de pelo menos R$ 9 milhões.
Tradicionalmente, segundo tesoureiros eleitorais, o candidato da situação nunca enfrenta problemas com falta de recursos.
No caso do PSDB, essa tendência é enriquecida com o fato de Serra possuir a simpatia dos empresários paulistas.
Televisão
Os valores divulgados este ano sobre custos somente da campanha em rádio e televisão mostram que as estimativas de gastos ainda podem estar abaixo da realidade.
O publicitário Celso Loducca, por exemplo, fez uma proposta ao PT para trabalhar por R$ 3 milhões na campanha de TV de Erundina.
Segundo apurou a Folha, nenhum nome famoso no mercado faz por menos de R$ 1,5 milhão um serviço dessa natureza para as eleições à Prefeitura de São Paulo.
A mudança nas regras eleitorais, que agora permitem inserções de anúncios dos candidatos durante a programação normal da TV, encareceu os custos dessa área.
Com a mexida, os publicitários passaram a ter mais importância na vida dos candidatos do que os jornalistas encarregados de comandar os tradicionais programas do horário eleitoral gratuito.

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