São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996
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Palmeiras, problemático, decide Copa do Brasil

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Chiii! Essas dores na virilha de Rivaldo... Sei não. Sem Rivaldo, ou com o seu maior craque à meia-boca, e sem Elivélton e Flávio Conceição, o Palmeiras já entra em campo nesta noite, para decidir a Copa do Brasil, com problemas demais para o meu gosto.
Isso tudo, claro, sem se falar na fuga de Muller, cuja vaga está sendo ocupada sem brilho por Reinaldo. É bem verdade que Reinaldo vem de longa temporada sem a sequência de jogos indispensável para entrar em forma. Quem sabe, possa deslanchar, quem sabe?
Confesso que, no lugar de Luxemburgo, eu estaria cortejando muito mais o futebol desse menino Cris, que me parece mais habilidoso e esperto do que Reinaldo. Trata-se, porém, de uma partida decisiva, e, nestes casos, sempre haverá de prevalecer o fator experiência. Neste caso, Reinaldo ganha de goleada.
Por outro lado, Cafu está de volta, o que significa mais força e talento pelo lado direito, qualidades que se evaporam quando Gustavo entra por ali. E, afinal, o Palmeiras ainda é um timaço, mesmo com todos esses abalos.
Logo, não há razões para pessimismos por parte dos palestrinos, embora o Cruzeiro venha se esmerando na prática de vencer seus mais temíveis adversários nos campos adversários, como já ocorreu nesta Copa do Brasil com Flamengo e Vasco. Mas que é preocupante, ah, isso é.
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E saiu a última lista, antes da definitiva, dos nossos olímpicos rapazes que arrumam as malas com destino a Atlanta. Novidades? A ameaçadora volta de Narciso, que, por sua vez, afastou outra ameaça -Alexandre Lopes.
Neste caso, a esperança é que Zagallo, contra a Polônia, escale logo Ronaldo, do Atlético-MG, ao lado de Aldair. E que Deus nos ajude.
Lá na frente, reaparece Marques, que anda esmerilhando no Flamengo, depois de um longo período de ausências nas convocações de Zagallo.
Há quem suponha que Marques tenha sido chamado agora apenas para ocupar a vaga garantida de Sávio, machucado. Pode ser. Mas não deveria.
Por mim, Marques iria no bloco do meio-campo, no lugar, por exemplo, de Beto. Por duas razões: 1) Há tempos (inclusive nas seleções anteriores de Zagallo), Marques vem cumprindo com eficiência o papel de ligação entre o meio-campo e o ataque; 2) Zagallo passaria a ter mais uma opção ofensiva, no caso de bode com um dos três atacantes previstos até agora -Bebeto, Ronaldinho ou Luizão e Sávio.
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Três dos raros craques que encantaram nesta Eurocopa já se despediram da Inglaterra ontem: esse manhoso canhotinho Hagi, da Romênia, e os dois búlgaros que deram ao cinzento futebol de seu país status de grande -Letchkov e Stoichkov. Uma pena.
Sobretudo, se levarmos em conta que Espanha e França, as duas equipes classificadas, não ofereceram até agora nenhuma individualidade capaz de substituir os recém-despachados do torneio.
Está certo que os espanhóis e franceses são conjuntos mais fortes. Mas, que diabo, falta um pingo de tempero nessa salsa.

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